O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), revelou em entrevista ao jornal O Globo sua reação diante do diagnóstico positivo para Covid-19. Covas testou positivo para a doença no dia 13 de junho . Na época, ele fazia tratamento contra câncer.
Covas revelou que, ao receber a notícia de que testou positivo para a doença transmitida pelo novo coronavírus
, se sentiu apreensivo. “Imagine eu lidando com milhares de mortes na cidade de São Paulo, passando por um tratamento oncológico, ainda receber a notícia que testei positivo”, afirmou.
No entanto, o prefeito da capital paulista percebeu que era assintomático . Ele afirma não ter sentido “nenhuma dor, tosse, dor de garganta, febre, dor para respirar, perda de olfato ou paladar”. “O fato de nunca ter sentido nada diminuiu muito a angústia”, disse.
“Todo dia conversava com meu médico, o David Uip. Ele também teve Covid no início , mas sentiu mais os efeitos da doença. Fiquei tomando azitromicina, que é antibiótico. E não tive nenhuma dor. Ele disse que entre o quinto e o nono dia é a fase mais complicada. Então não precisei esperar até o final aflito. Passou o nono dia e fiquei mais tranquilo”, continuou.
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O prefeito explicou que testou positivo no quinto teste que havia realizado, após um de seus assessores contrair a Covid-19 . Ele afirmou que passou duas semanas fazendo home office e em isolamento.
Desigualdade em São Paulo
Na mesma entrevista, Covas afirmou que a pandemia lançou luz para a “discrepância grande” dos sistemas público e privado de saúde, o que evidenciaria a desigualdade social da cidade. Ele afirmou que a população da classe E tem três vezes mais chance de ser infectado pelo novo coronavírus que a classe A. “É um problema habitacional, de saneamento, é um problema cultural”, disse.
O prefeito afirma que “conhecia, mas não tão profundamente”, a situação em que estava o Sistema Único de Saúde da capital que, ao todo, contava com apenas 507 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que seria dividido entre, ao menos, 7,5 milhões de pessoas.
Por outro lado, o sistema privado de saúde possui mais de 4 mil leitos de UTI.
“Sempre soube que havia um atendimento melhor na rede privada, mas o número é muito assombroso. Assusta demais. É uma discrepância muito grande”, disse.
Para a gestão municipal, a pandemia proporcionou “aprendizado” e deve mudar questões culturais e de higiene dos paulistanos. “Fica essa lição de cuidados com a saúde, com a higiene, de não tossir, espirrar na frente dos outros”, afirmou Covas.