Após Gilmar associar a 'genocídio', Ministério da Defesa exalta forças armadas
Ministro do STF havia afirmado que atuação dos militares no ministério da saúde associava-se a genocídio
Por iG Último Segundo |
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes tecer duras críticas ao exército , associando atuação no combate à pandemia a "genocídio" , o Ministério da Defesa publicou nota exaltando a participação das forças armadas na crise de saúde.
O ministro havia dito, em uma live, que a sociedade não podia mais tolerar o "vazio" no Ministério da Saúde — a pasta é interinamente comandada pelo general Eduardo Pazuello desde maio, quando o oncologista Nelson Teich anunciou sua saída do Ministério. Desde então, o general nomeou uma série de militares para postos-chave.
"Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", disse Gilmar Mendes.
Em nota de resposta à fala de Gilmar, o Ministério da Defesa disse que o contingente de militares mobilizado para a contenção do novo coronavírus (Sars-Cov-2) é maior que o enviado pelo Brasil para a Segunda Guerra Mundial.
"O Ministério da Defesa (MD) informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavirus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares, efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, com 25.800 homens. O MD tem o compromisso com a saúde e com o bem estar de todos o brasileiros de norte ao sul do País", declarou o Ministério.
Até a manhã desta segunda, o Brasil havia registrado 72.153 morte s por Covid-19 e 1.866.416 casos de pessoas que pegaram a doença.
Militares na Saúde
O ministro interino da saúde nomeou diversos militares para postos executivos no ministério
. Entre eles estão:
- André Cabral Botelho, subtenente de infantaria, coordenador de contabilidade;
- Ramon da Silva Oliveira, major, coordenador-geral de Inovações de Processos de Estruturas;
- Giovani Cruz Camarão, subtenente, coordenador de Finanças do Fundo Nacional de Saúde (FNS);
- Alexandre Magno Asteggiano, capitão, assessor;
- Marcelo Sampaio Pereira, tenente-coronel, diretor de programa;
- Vagner Luiz da Silva Rangel, tenente-coronel, coordenador de execução orçamentária;
- Luiz Otávio Franco Duarte, coronel, assessor especial do ministro;
- Angelo Martins Denicoli, major, diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS;
- Mario Luiz Ricette Costa, tenente, atua na Subsecretaria de Planejamento e Orçamento.