Flexibilização ou endurecimento? Como está a quarentena nas cidades brasileiras
Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro caminham para redução das medidas de isolamento, Belo Horizonte começa a impor mais restrições
Por iG Último Segundo |
Nesta segunda-feira (29), diversas cidades do país entram em novas fases de flexibilização ou endurecimento das medidas de isolamento impostas pela pandemia do Covid-19. Enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus seguem com as reduções e as liberações de setores da economia, Belo Horizonte e Porto Alegre tiveram que recuar e endurecer as medidas.
No estado de São Paulo, são duas as situações: enquanto a capital e a Região Metropolitana avançam para a fase amarela
do plano desenvolvido pelo governo de João Doria, com o atendimento presencial em bares, restaurantes e outros serviços podendo ser retomado com restrições, o interior retrocedeu e nove cidades foram colocadas na zona vermelha
, a de maior endurecimento.
No Rio de Janeiro, a última semana registrou o menor ponto do isolamento social, o que fez com que os casos do novo coronavírus (Sars-Cov-2) disparassem . Ainda assim, a Prefeitura antecipou o início da terceira fase do plano de flexibilização, com a reabertura do comércio de rua no último sábado, e cogita a volta do público em eventos esportivos na cidade. Na próxima etapa, que deve ocorrer no dia 2 de julho, os bares e restaurantes terão autorização para receber clientes presencialmente.
Na Paraíba, a capital João Pessoa deu início a segunda etapa do processo de flexibilização nesta segunda. A partir de hoje, escritórios de advocacia e contabilidade, e lojas de material de construção poderão retomar as atividades normais, assim como atividades para atletas profissionais, incluindo o futebol.
Campina Grande é outra cidade paraibana que também avançou para a fase amarela . Contrariando definição do governo do estado, a Prefeitura decidiu autorizar a reabertura de galerias e shoppings, mas com cinemas, praças de alimentação e salões de jogos fechados. Bares, restaurantes e academias continuarão fechados e só devem reabrir na última fase.
Já no Ceará , a segunda etapa do Plano Responsável de Abertura das Atividades Econômicas e Comportamentais autoriza o reinício das atividades de restaurantes, templos religiosos e escritórios de contabilidade na capital Fortaleza. Enquanto isso, a Região Metropolitana avança para a primeira fase, com cada ciclo devendo se manter pelos próximos 14 dias.
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Manaus é outro exemplo de capital que segue em frente no plano de relaxamento das regras sociais. A partir de hoje, tem início o terceiro ciclo do plano do governo, com diversos setores recebendo autorização para retomar as atividades. Entre eles, estão atividades de estética e beleza, comércio varejista e academias, além da reabertura de parques, espaços públicos e atrações turísticas.
Por fim, Pernambuco é outro estado que enfrenta situação semelhante a de São Paulo. A expectativa é de que novas análises sejam feita pela secretaria de Saúde do estado nesta terça-feira (30) para que Recife e a Região Metropolitana possam seguir flexibilizando, enquanto municípios de Zona da Mata e Agreste, como Caruaru e Bezerros, ainda seguem com restrições.
Passos para trás
Por outro lado, algumas regiões estão enfrentando problemas após o relaxamento das medidas e irão endurecer as regras de isolamento social. É o caso de Belo Horizonte . A capital mineira viu um aumento considerável no número de ocupação de leitos de UTI após as últimas flexibilizações e terá que voltar atrás.
Em entrevista na última sexta-feira (26), o prefeito Alexandre Kalil definiu que apenas os serviços essenciais poderão funcionar a partir desta segunda-feira na cidade: "O bombardeio chegou à nossa cidade. E nós vamos tentar controlá-lo. Estamos em guerra".
As três capitais da região sul também tiveram que pisar no freio e decretar o retorno aos momentos de maior endurecimento. Na última terça-feira (23), prefeito Nelson Marchezan (PSDB) suspendeu a flexibilização de vários setores da região de Porto Alegre . Com isso, comércios, shoppings e indústrias foram obrigados a interromper novamente as atividades.
Em Curitiba , capital do Paraná, o prefeito Rafael Grecca (DEM), que havia autorizado a reabertura do comércio em abril e de shoppings, igrejas, academias e bares em maio, anunciou novas medidas de restrição após ver o número de casos crescer na região.
Já em Santa Catarina, o recuo ocorreu em Florianópolis e em cidades como São José, Palhoça e Biguaçu, que proibiram aglomerações e tornando obrigatório o uso de máscaras. Na capital, a prefeitura vai avaliar a situação durante 14 dias para checar o cumprimento das novas regras e os resultados, para só então definir pelo avanço no processo de flexibilização .