O infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Roberto Medronho fez um alerta, nesta segunda-feira, para o risco que representa o afrouxamento das medidas de isolamento social por causa da pandemia de coronavírus. Em entrevista ao "Bom Dia Rio", da Globo , ele afirmou que teme uma explosão de casos de Covid-19 caso isso ocorra e destacou o aumento do número de mortes em domicílios.

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Ruas do Rio de Janeiro seguem agitadas, mesmo com a prorrogação do isolamento
Fernando Frazão/ABr
Ruas do Rio de Janeiro seguem agitadas, mesmo com a prorrogação do isolamento

"Não é para abrir. É para fechar mais", frisou ele. De acordo com Medronho, a queda do número de internações não significa que o número de mortes pela Covid-19 esteja em queda.

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"Se as internações diminuíram, por outro lado nós temos visto um número de óbitos domiciliares, em casa, bem maior do que o ano passado. Mais de 800 óbitos. Oitocentos e setenta e seis no estado e 846 no município do Rio".

Sobre a reabertura de shoppings e restaurantes, mesmo com um número reduzido de clientes, ele citou que atualmente o Rio está com a curva de casos de corocnavírus aumentando e, por isso, seria um risco enorme esse tipo de medida.

"Impressionante que mesmo os países que fizeram a abertura na descendência (da curva de casos), os países europeus, com a população bem treinada para isso, o número de casos subiu. Aqui eu tenho muito medo que exploda. Nenhum país do mundo abriu na ascendência da curva. O remédio que nós estamos propondo é um remédio amargo. Eu sei disso. Eu fui pediatra anos. Não era porque o remédio era amargo que eu ia deixar de dar".

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Para o infectologista, as autoridades devem esperar mais para começar reduzir a única medida para conter a Covid-19 : "Esperaria, se tiver que abrir desesperadamente, mais duas semanas no mínimo".

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