Após a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, a pressão para que médicos da rede pública prescrevam a cloroquina a pacientes infectados pelo novo coronavírus (Sars-coV-2), causador da Covid-19, aumentou exponenciamente.
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Em resposta à coerção, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) divulgou um comunicado reafirmando a ineficácia da cloroquina diante da Covid-19 e relembrando que os profissonais não são obrigados a receitar a droga a pacientes.
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Em contrapartida, centenas de médicos em todo o país vêm se unindo a favor do uso precoce da cloroquina em manifestos como o “Médicos pela Vida na Covid-19” e “Doutores de Verdade”.
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À Folha de São Paulo
, Denize Ornelas, diretora da SBMFC, disse que a “polarização política no país invadiu a esfera médica” nessa questão.
Segundo ela, a decisão da entidade pela divulgação do documento serve para tentar “blindar" os profissionais que não quiserem prescrever a droga - independente da pressão vir de profissionais da área ou do próprio paciente.
Ornelas teme, no entanto, que sem leitos de UTI e com o governo federal recomendando intensamente a cloroquina, muitos pacientes acabem exigindo o medicamento. “Em vez de ajudar, a cloroquina usada precocemente pode causar problemas que não existiam”, declara ela.
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A SBMFC representa os médicos que atuam em 47,7 mil equipes de atenção básica no Brasil, 80% delas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).