Moradores relataram tiroteios na região da Fazendinha, no Complexo do Alemão , na manhã deste sábado, um dia após a morte de treze pessoas durante uma operação das polícias Civil e Militar na comunidade da Zona Norte do Rio.
Apesar dos disparos ouvidos, os locais contaram ao EXTRA que não perceberam confronto intenso e que também não há sinal de uma nova operação policial na localidade.
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Devido ao intenso confronto de ontem, alguns equipamentos de fornecimento de energia foram danificados e cerca de 1800 moradores ficaram sem luz. Na manhã deste sábado, técnicos da Light estão na comunidade para realizar os reparos necessários.
"A Light conseguiu acesso (condições de segurança) ao complexo do Alemão e trabalha para normalizar o fornecimento de energia. Os equipamentos foram atingidos por tiros, o que causou a interrupção. São cerca de 1800 clientes afetados por este episódio de violência'', informou a assessoria da Light.
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Dentre os mortos da sexta-feira estão o chefe do tráfico dos morros Pavão-Pavãozinho e Catagalo, que ficam na Zona Sul da cidade e um de seus seguranças. A informação é do delegado Marcus Amim, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos da Polícia Civil (Desarme). Leonardo Serpa, o Léo Marrinha, estava escondido na comunidade. Oito fuzis foram apreendidos na ação.
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Cinco dos mortos chegaram a ser socorridos por PMs e levados para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. Outros cinco foram transportados por moradores até a parte baixa da favela. De acordo com o coronel Mauro Fliess, porta-voz da PM, as equipes ficaram reduzidas quando os baleados começaram a ser transportados. Com isso, quem ficou para trás acabou não conseguindo chegar aos demais baleados.
Durante a ação, um policial militar foi ferido por estilhaços no rosto. Ele foi atendido no Hospital Central da PM, no Estácio, na Zona Norte, onde precisou passar por cirurgia. A ocorrência seguiu para ser registrada na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), onde os policiais militares prestaram depoimento.
Na madrugada e manhã deste sábado, moradores do Alemão usaram as redes sociais para protestar contra a violência na comunidade. ''Sabe aquelas cenas de violência escrachada que a gente vê em países do continente africano em guerra civil ou com governo autoritário e sanguinário? Mas essa é do Brasil “democrático” mesmo. Onde cidadãos carregam cinco corpos de pessoas mortos por agentes do Estado a luz do dia!'', escreveu um internauta no Twiiter.