Prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella
Agência Brasil
Prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella

A Prefeitura do Rio avaliará entre esta quinta-feira e sexta-feira, com representantes do conselho científico e da gestão de crise da cidade, o relatório da Fiocruz – enviado para o estado e município na quarta-feira – que prega a adoção de medidas mais rígidas de isolamento social no combate ao novo coronavírus. O prefeito Marcelo Crivella afirmou na manhã desta quinta-feira, em entrevista coletiva no Riocentro, na Zona Oeste do Rio, que “reavaliará a possibilidade” de lockdown (distanciamento social obrigatório) total em toda a cidade.

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Nesta manhã, Campo Grande – bairro com maior incidência de mortes (40) pela Covid-19 – teve o calçadão fechado para impedir a abertura do comércio não essencial.

"Eu vou levar essa avaliação da Fiocruz, sobre o lockdown para o nosso conselho cientifico. Já tivemos várias reuniões e até agora essa possibilidade não foi sugerida. Mas, com essa recomendação, vamos reavaliá-la. Por outro lado, tem os pedidos da Firjan (Federação das Industrias do Estado do Rio), das associações do comércio, de um monte de sindicato que também falam do desemprego, da quebra de negócios, da economia estar afundando. E também tem a minha secretária de Fazenda dizendo: 'Crivella, no final do mês temos que pagar funcionários. São 100 mil aposentados e outros 100 mil servidores, precisamos de receita'. Mas é preciso ouvir os dois lados", anunciou Crivella , que destacou o fechamento de comércios na Zona Oeste. "Hoje estamos em Campo Grande porque não conseguimos parar a aglomeração ali".

Segundo a Fiocruz, a adoção tardia de lockdown “resultaria em uma catástrofe humana de proporções inimagináveis para um país com a dimensão do Brasil”. O documento da instituição analisa ainda que, dada a inexistência de vacina, ações de bloqueio total podem ser usadas de forma intermitente, ou seja, acionadas e depois relaxadas alternadamente, por um longo período, de 18 a 24 meses.

Uma projeção feita por pesquisadores mostra que, de acordo com o panorama atual, entre os dias13 de maio e 22 de julho, o estado não teria leitos de UTI , seja da rede pública ou privada, para oferecer. Atualmente, a rede municipal de saúde está com 95% de ocupação. Já o estado só oferta vagas de leitos de UTIs no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda.

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Outra projeção mostra que o coronavírus deve se espalhar por praticamente todo o estado, mesmo naqueles que têm menos de 50 casos.

Disk-Aglomeração

Segundo a Prefeitura, o canal Disk-Aglomeração já recebeu até agora mais de cinco mil denúncias, de diversos bairros, de pessoas que ainda não respeitam o isolamento social. Os locais com maior demanda são: Campo Grande, Bangu, Realengo, Santa Cruz, Taquara, Barra da Tijuca, Centro, Copacabana, Tijuca e Jacarepaguá.

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Guttemberg Fonseca, afirmou que Bangu será o próximo bairro a receber o fechamento parcial obrigatório de comércios não essenciais nesse período de pandemia. O secretário também afirmou que Santa Cruz e Realengo estão na mira da prefeitura.

"Esperamos que esse bloqueio em Campo Grande, repercuta em Bangu e Santa Cruz e as pessoas evitem as aglomerações. Mas se não fizer, até o final de semana o lockdown vai se estender para Santa Cruz e Bangu, onde até agora são bairros que lideraem no Disk-Agloremação", afirmou Crivella .

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