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Agência Brasil
Teste para Covid-19

SÃO PAULO - O estado de São Paulo já descartou quase 2 mil exames para o novo coronavírus por falhas na coleta, armazenamento ou identificação dos testes. Esse número representa de 7% a 8% das amostras recebidas para análise nas últimas semanas, segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Segundo Covas, de um universo de 24 mil exames encaminhados para diagnóstico, algo entre 1.700 e 1.900 não puderem ter resultado por não estarem em condições adequadas para análise.

-Os principais problemas são de acondicionamento. Vou dar um exemplo que aconteceu essa semana. A amostra foi coletada na sexta-feira e encaminhada na segunda-feira para nós. Ela chegou absolutamente fora das condições para ser realizado o teste. Não foi conservada de forma adequada, não estava em temperatura adequada. Isso é um dos problemas - disse Dimas.

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O Instituto Butantan tem sido o coordenador de uma rede de laboratórios contratados pelo governo estadual para a realização dos testes para Covid-19. Há algumas semanas a fila de exames por resultado era de 17 mil amostras. Atualmente, o governo diz que não há mais fila de espera por resultados e que a demanda diária está sendo atendida de forma imediata.

Diante das inadequações de amostras, a Secretaria Estadual de Saúde produziu três vídeos para orientar prefeituras e profissionais de saúde sobre como fazer a coleta e o acondicionamento do material. O funcionário, por exemplo, precisa estar usando todos os equipamentos de proteção individual, como luva, máscara, óculos e avental, na hora da coleta. O material coletado precisa ser armazenado em caixas com refrigeração e identificado.

Falha na identificação do paciente também foi encontrada pelos laboratórios e amostras nessa situação também são canceladas.

-Tivemos amostras contaminadas, que não foram coletadas de forma adequada. Quem coletou não tomou as medidas recomendadas e contaminou a amostra - relatou Dimas.

O diretor do Instituto Butantan disse que o governo passará a rejeitar amostras com problemas no momento do protocolo delas.

-O recebimento da amostra precisa cada vez mais ser aderente às normas. Se a amostra não chegar em condições ela não pode se analisada. Não adianta a gente receber uma amostra que sabemos que não vai produzir o resultado. Após um determinado momento dessas ações, as amostras terão que ser rejeitadas por falta de qualidade- disse.

A prefeitura de São Paulo informou em seu boletim epidemiológico divulgado na quarta-feira que teve 676 exames cancelados. O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, nega falhas na coleta dos testes e diz que a fila de espera por resultados no início da epidemia pode ter levado a problemas na qualidade do material que foi entregue ao Instituto Adolfo Lutz. Funcionários da prefeitura relataram ter ficado até quatro horas em fila no instituto semanas atrás para conseguir entregar os exames para análise.

O estado registrou nesta quarta-feira 28.698 casos de coronavírus confirmados e 2.375 óbitos.

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