Cariocas ignoram máscara em orlas
Agência O Globo
Cariocas ignoram máscara em orlas

Muita gente ainda transitou pelas ruas do Rio sem o uso de máscara neste primeiro fim de semana após o decreto municipal que tornou obrigatório o uso do acessório em locais públicos e estabelecimentos comerciais da cidade. Nas orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon, onde muitas pessoas caminhavam, corriam e pedalavam neste sábado, foi possível observar até o início da tarde uma maioria de adeptos do item de proteção, recomendado para evitar a transmissão do novo coronavírus, embora ainda houvesse muita gente sem.

O vendedor ambulante Rodrigo Ferreira, de 49 anos, que comercializava máscaras na altura do Jardim de Alah por volta das 11h, contabilizava 50 produtos vendidos até então.

- Hoje as vendas estão menores, em outros dias até essa hora eu já tinha vendido cerca de 300 - diz ele, que trabalhava no ramo da moda e começou a confeccionar máscaras com a esposa.

O empresário Paulo Matos, de 56 anos, foi um dos que optaram por não utilizar a proteção no rosto.

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- Venho sozinho, não encosto em nada e não me aproximo de ninguém. Acho que assim não me exponho muito, mas sei que a máscara reduz o risco - afirmou.

Segundo a médica infectologista Márcia Carolina Vergílio Tezoto, locais onde há pessoas correndo e se exercitando oferecem, sim, risco de contaminação, ainda que se tome distância.

- É importante usar a máscara mesmo na caminhada, na corrida e nos exercícios físicos fora de casa. Alguém que está correndo ou pedalando em ritmo moderado pode transmitir o vírus em um raio de até 10 metros. Se o ritmo for intenso, esse alcance pode dobrar. A máscara é uma barreira que diminui a transmissão, mas também não garante. É preciso uma proteção combinada, evitando levar as mãos ao rosto e usando o álcool gel - diz a médica.

Em nota, a prefeitura do Rio informou que ainda não há regulamentação publicada sobre a obrigatoriedade das máscaras, mesmo que o decreto já esteja em vigor desde a última quinta-feira. Por isso, informa a prefeitura, as ações por parte da Guarda Municipal e de outros órgãos, como a Vigilância Sanitária e a secretaria de Ordem Pública, terão foco educativo, com agentes orientando as pessoas. Não há previsão para aplicação de multas, pelo menos por enquanto. Neste sábado, inclusive, guardas distribuiram máscaras em alguns pontos da cidade, como em uma estação de BRT em Santa Cruz e nos restaurantes populares de Bonsucesso, Bangu e Campo Grande.

Surfistas furam acesso ao mar

Dados da CyberLabs, empresa que monitora diariamente a circulação de pessoas no Rio, indicam que, até as 16h45 deste sábado, a taxa de isolamento na cidade é de 77% comparado a um sábado normal pré-pandemia. Nas orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon, os cidadãos que insistem em entrar na faixa de areia ou no mar seguem sendo retirados pela Polícia Militar. A exceção são surfistas, que foram vistos ao longo da praia, principalmente no Arpoador. Um agente da PM explicou ao GLOBO que a retirada dos praticantes do esporte deve ser feita com auxílio de jet-skis do Corpo de Bombeiros.

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