Guilherme Henrique Gomes do Nascimento, de 12 anos, que se tornou a vítima mais jovem do estado do Rio a morrer por Covid-19, buscou atendimento médico após cair de uma árvore, no início de abril. A informação consta no prontuário médico do paciente no Hospital Federal dos Servidores, onde ele morreu nesta sexta-feira. Inicialmente, o menino foi tratado na UPA de Irajá.
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Ao ser constatada a suspeita do novo coronavírus , ele foi transferido para o Hospital municipal Jesus, em Vila Isabel, referência pediátrica para tratamento da doença. Porém, no domingo, já entubado e em estado grave, foi novamente transferido, dessa vez para a unidade federal, onde acabou morrendo.
De acordo com o prontuário, o paciente chegou à unidade federal com pneumonia, derrame pleural (água no pulmão), sepse grave e insuficiência respiratória. Ele foi imediatamente isolado, posto em ventilação mecânica e passou a receber medicação antiviral, mas não reagiu ao tratamento.
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A Secretaria municipal e Saúde (SMS) diz que o exame para Covid-19 foi colhido quando o paciente ainda estava na UPA. Mas a informação contradiz o que está escrito no prontuário: de acordo com o documento assinado pela equipe médica, o paciente só foi testado na última segunda-feira, um dia após chegar ao Hospital dos Servidores. O resultado positivo para Covid-19 chegou ontem, mesmo dia em que ele morreu.
Como o teste só foi feito essa semana, é impossível saber em que momento o menino foi infectado pelo vírus e se houve risco de contaminação a outros pacientes ou profissionais que tenham tido contato com Guilherme enquanto ele estava internado na UPA.
Questionada sobre o motivo da transferência para a unidade federal, a SMS informou que Guilherme necessitava de uma avaliação de cirurgia vascular, que não é oferecida no Hospital Jesus. Segundo a pasta, Guilherme deu entrada na unidade municipal no sábado, com infecção generalizada, e realizou exames de imagem que levaram à hipótese de uma provável trombose.
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De acordo com a direção do Hospital Jesus, todos os cuidados em relação a isolamento e transmissão da Covid-19 foram feitos. A notificação do caso suspeito para a Vigilância Epidemiológica só foi feita quando o paciente já estava no hospital federal.