Gilmar Mendes
Carlos Moura/ SCO/ STF
Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes , do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta segunda-feira a atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , no combate à pandemia do coronavírus. Por outro lado, sem citar nomes, criticou “pessoas no governo em posições importantes que não tinham experiência na administração pública”. As declarações foram dadas em uma entrevista ao site XP, transmitida por meio da internet.

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"Estamos vivendo um momento singular. Se fossemos escolher uma equipe para gerenciar uma crise como esta, talvez não escolhêssemos a equipe que aí está, com gestores que não tinham experiencia na administração pública. A gente tem que ter horror de enfermeiros que ainda não viram sangue. Temos pessoas no governo em posições importantes que não tinham experiência na administração pública. Nossos médicos são melhores que nossos gestores, mas não temos escolha, é isso que temos. O ministro Mandetta é uma exceção nesse quadro", afirmou.

Mendes lembrou que, no início da crise, Mandetta participou de uma reunião com ministros do STF para esclarecer o quadro da pandemia e estratégias de combate ao coronavírus.

"Ele nos impressionou muito, tanto é que o ministro Dias Toffoli (presidente do Supremo) disse que talvez o ministro Mandetta fosse o único irremovível na Republica naquele momento, talvez até antecipando a crise vislumbrada naquele contexto. É notório que o Ministério da Saúde vem agindo bem e gerenciando com bastante competência a escassez", declarou.

Questionado sobre chances de golpe e rompimento com a democracia, com o uso das Forças Armadas, o ministro considerou a possibilidade impensável. Sem citar nomes, Mendes lembrou o vídeo de 2018 em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido-SP) disse que bastavam um cabo e um soldado para fechar o STF.

"(A ideia de golpe é de) gente muito ignara e estúpida, que diz que basta chamar um soldado e um cabo para fechar o STF, ou coisa do tipo. Isso não faz sentido algum, e nós estamos vendo que essas pessoas depois precisam de habeas corpus do STF, esses mesmos detratores. É muito curioso isso tudo. As Forças Armadas não têm compromisso algum com esse golpismo de botequim que se organizou. Devemos ter orgulho da democracia que construímos. Não vejo possibilidade de golpe. Falar nisso fala mal de nós como nação", disse.

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