Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM)
Agência Brasil/Marcello Casal JR
Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM)

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ( Secom ) publicou nesta quarta-feira uma defesa da utilização da cloroquina no tratamento do novo coronavírus , utilizando uma frase do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta . O presidente Jair Bolsonaro é um entusiasta da utilização da substância, enquanto Mandetta é cauteloso e pede mais estudos sobre sua eficácia, apesar de ter autorizado seu uso em determinados casos.

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O texto publicado ressalta a decisão do Ministério da Saúde de liberar o uso da substância para paciente críticos e moderados da Covid-19 e afirma que "estudos clínicos realizados ao redor do mundo tem mostrado resultados positivos" e que "a ciência começa a achar o caminho para vencer a pandemia". A publicação é acompanhada de uma imagem com uma frase dita por Mandetta em coletiva na terça-feira: "Nós já liberamos cloroquina e hidroxicloroquina tanto para os pacientes críticos, como para todos os internos em hospitais".

Na mesma entrevista, o ministro afirmou que a pasta não vai tomar medidas contra médicos que prescreverem medicamentos à base de cloroquina, mas afirmou que ainda é cedo para que o órgão faça um recomendação neste sentido.

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— Se ele (médico) se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum. Ninguém vai reter a receita de ninguém. Agora, para que nós possamos, no Ministério da Saúde, assinar que o ministério recomenda que se tome essa medida, nós precisamos de um pouco mais de tempo para saber se isso pode se configurar em coisa boa ou se isso pode ter algum efeito colateral.

Na semana passada, Mandetta anunciou que a substância também poderia ser receitada para pacientes graves, mas ao mesmo tempo classificou como "frágeis" as evidências da eficácia. O ministro ainda criticou um estudo científico sobre o uso do medicamento contra a Covid-19 que havia sido publicado na véspera.

— A gente divide os pacientes em formas leves, graves e críticos. Nós estávamos adotando (a cloroquina) para os críticos. Vamos adotar também para os graves, que são aqueles que vão para o hospital, mas ainda não necessitando de CTI. (Vamos fazer isso) Mesmo que as evidências sejam frágeis para que os médicos tenham a opção na farmacopeia pública — afirmou.

Mandetta reuniu-se com Bolsonaro na manhã desta quarta, a primeira conversa a sós dois dois em semanas. O presidente voltou a defender o uso da cloroquina e repetiu estar "certo" ao insistir para o uso do medicamento já que "dois médicos de São Paulo" teriam sido "curados" após tratamento com o remédio.

Bolsonaro se referia ao cardiologista Roberto Kalil, do Sírio Libanês, que assumiu ter usado o medicamento para combater o novo coronavírus, e ao infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência contra o Coronavírus em São Paulo, que não admitiu o uso da substância, mas teve divulgado seu receituário. David Uip promete processar quem divulgou informações pessoais.

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