As medidas de distanciamento social adotadas na capital do estado de São Paulo podem evitar quase 90 mil mortes pelo novo coronavírus, de acordo com estudo de oito pesquisadores; alguns deles chegaram a integrar recentemente a equipe do ministro Luiz Mandetta.
A pesquisa calculou a taxa de transmissão do vírus em São Paulo , isto é, a média de pessoas infectadas por cada indivíduo com a doença, desde o registro do primeiro caso confirmado, em 26 de fevereiro, e projetou o número de leitos em UTI necessários para lidar com a epidemia.
Caso não houvesse nenhuma medida de distanciamento, o novo coronavírus causaria 1.783 mortes nos primeiro apenas no primeiro mês e 89.349 no segundo mês.
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Já com o isolamento, adotadas de forma voluntária ou por medidas governamentais, a estimativa é de de 1.999 mortos por covid-19 até o final de abril.
O número de mortes está condicionado à capacidade do sistema de saúde de atender efetivamente os casos graves da doença. Caso não houvessem medidas de distanciamento social, o número de pacientes graves seria mais que o dobro dos leitos em UTI disponíveis nos primeiros 30 dias, e 14 vezes nos 30 dias seguintes. Dessa forma, a rede entraria em colapso. Já com as medidas de distanciamento as Unidades de Terapia Intensiva existentes dão conta da demanda, afirma a pesquisa.
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O estudo mostra um dado revelador: Antes de os habitantes da capital paulista começarem a ficar em casa, a taxa de transmissão estava perto de 2, ou seja, cada caso de Covid-19 geravam outros dois infectados. Porém, com as medidas de isolamento, esse número caiu para 1.
O estudo é assinado por Fabiana Ganem, Victor Bertollo Gomes Porto, Silvano Barbosa de Oliveira, Fabio Macedo Mendes, Wildo Navegantes de Araújo, Helder I. Nakaya, Fredi A. Diaz-Quijano e Júlio Croda.