O presidente Jair Bolsonaro divulgou nesta terça-feira em redes sociais uma notícia sobre a defesa, por parte de médicos, da utilização da hidroxicloroquina em pacientes com o novo coronavírus assim que os primeiros sintomas aparecerem. Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , afirmou que se recusou a assinar um decreto que estabelecia o uso de hidroxicloquina nos tratamento da Covid-19.
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A notícia compartilhada pelo presidente relata o apoio de médicos franceses à utilização da substância. Bolsonaro é um entusiasta da utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina, apesar de já ter admitido que elas não têm "eficiência cientificada comprovada". No Ministério da Saúde, por outro lado, há uma resistência ao uso antes antes da realização de mais estudos sobre sua eficácia. Já foi autorizado, contudo, a utilização em pacientes graves, desde que sob orientação médica.
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Na noite de segunda-feira, Bolsonaro já havia compartilhado o trecho de uma entrevista em que o coordenador do Centro de Contingência de coronavírus no estado de São Paulo, David Uip, não responde se utilizou a hidroxicloroquina para se curar do coronavírus. "O médico David Uip tomou, ou não, HIDROXICLOROQUINA para se curar?", questionou Bolsonaro .
Na segunda-feira, após ter sido ameaçado de demissão, Mandetta afirmou que foi convidado a conversar no Palácio do Planalto com os médicos Nise Yamaguchi e Luciano Dias Azevedo. Eles defenderam que o ministro assinasse a liberação, mas o ministro disse que recusou e que aconselhou os dois especialistas a debaterem primeiro com os seus pares para depois submeter ao ministério.
Gritos de 'Fora Mandetta' no Alvorada
Na manhã desta terça, Bolsonaro ouviu de apoiadores pedidos de demissão do ministro da Saúde mas não fez comentários sobre a situação do ministro. Na segunda-feira, o ato de exoneração de Mandetta chegou a ser preparado, mas o presidente recuou e o manteve no cargo.
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Bolsonaro cumprimentava apoiadores, como faz diariamente, quando um deles disse que Mandetta "não merece a confiança" do presidente. Bolsonaro não comentou. Depois, quando saía e se dirigia ou seu carro, o presidente ouviu diversos gritos de "Fora Mandetta ", mas também não se pronunciou.