Os parentes do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega , morto pela polícia da Bahia, no último domingo, solicitaram ao Tribunal de Justiça do Rio, nesta quinta-feira, um pedido para fazer perícia no corpo do ex-policial.
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De acordo com o advogado Paulo Emílio Catta Preta , que atuava na defesa de Adriano, a família quer saber se há sinais que indicam execução ou agressão no cadáver, além de obter dados mais conclusivos sobre como o ex-policial morreu. A própria família está providenciando um médico legista para fazer essa autópsia independente, mas o profissional ainda não foi definido.
Na quarta-feira, a Justiça do Rio negou o pedido da família para que o corpo fosse cremado. A cerimônia estava prevista para as 10h desta quarta-feira, no Crematório do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. No entanto, em caso de morte por causas violentas, a cremação só pode ser realizada mediante autorização judicial.
A juíza do plantão judiciário, Maria Izabel Pena Pieranti, afirmou na decisão que "o pleito não atende aos requisitos da Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos), não estando acompanhado de imprescindíveis documentos". De acordo com a magistrada, não constam no pedido a cópia da Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência.
A magistrada considerou ainda que novas diligências podem ser necessárias para melhor elucidar a morte e que o interesse público na cabal elucidação dos fatos tem preponderância sobre o desejo de seus familiares.
Na decisão, a magistrada ressalta que Adriano não morreu de causas naturais e que, segundo consta em sua certidão de óbito, ele sofreu anemia aguda e politraumatismo causados por instrumento perfuro-contundente. De acordo com o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) de Alagoinhas, onde o corpo foi periciado, foram encontrados três perfurações no tórax.
Por volta das 21h da quarta-feira um voo comercial saiu do Aeroporto de Salvador em direção ao Rio de Janeiro. Assim que a aeronave pousou, o corpo seguiu para uma funerária.
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O Ministério Público da Bahia abriu duas investigações sobre o caso. Uma para apurar a morte do capitão Adriano - os promotores querem saber se houve excesso da PM baiana ou se o paramilitar de fato reagiu a prisão e atirou. E uma segunda apuração é para investigar a posse das armas encontradas com o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, que ajudou o miliciano a se esconder na Bahia.