O ano de 2020 começou com um grande susto para a família de Valéria Melo, de 55 anos, síndica profissional que mora em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Uma bala disparada durante os festejos da virada do ano foi parar dentro do seu apartamento, uma cobertura num prédio de três andares na Rua Tonelero, entre as ruas Siqueira Campos e Hilário de Gouveia. Ela chegou a pensar em fazer uma festa de réveillon em sua cobertura, onde costuma receber cerca de 30 pessoas durante festejos com churrasco. Mas, por sorte, desistiu e passou a virada do ano fechada em seu quarto assistindo à queima de fogos pela televisão.

O prédio fica a cerca de 500 metros da Praia de Copacabana , onde aconteceu a queima de fogos e shows com a presença de 2,9 milhões de pessoas. Valéria e seu marido, o empresário Gilson Rangel, de 54 anos, não acreditam que o tiro tenha sido dado da praia nem da Ladeira dos Tabajaras, comunidade que fica próxima. O ângulo do trajeto do projétil, que perfurou o telhado de uma varanda na cobertura, bateu na parte de alumínio da porta de acesso à área interna do apartamento e caiu sobre uma mesa de plástico que foi quebrada, sugere que ele foi disparado de algum apartamento na região.

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- Nós não acreditamos que a bala tenha vindo da Praia de Copacabana porque é muito longe. Nem da Ladeira dos Tabajaras por causa do ângulo da queda do projétil. achamos que alguém tenha disparado de seu apartamento no momento dos festejos. É muito assustador imaginar o que poderia ter acontecido se a cobertura estivesse cheia de gente. Por sorte, também, nosso cachorro estava dentro do apartamento, onde procuramos abrigá-lo para que não ouvisse o barulho da queima de fogos. Soubemos depois que muitas pessoas ouviram tiros durante os festejos em Copacabana - observou Valéria, que pensa em deixar a região e ir para o Recreio dos Bandeirantes, onde mora grande parte de sua família.

Gilson Rangel enviou fotos da bala e das perfurações para um amigo que é dono de um estande de tiro. Queria ter informações sobre a arma usada para o disparo e o calibre da bala.

- Meu amigo respondeu é muito difícil atestar com exatidão através de fotografias. Mas assegurou tratar-se de um projétil calibre 38 do tipo Etog (encamisado total ogival). A praia fica a três quarteirões daqui e não acreditamos que tenha vindo de lá. Pela trajetória, é provável que tenha partido de algum apartamento entre a avenida nossa senhora de Copacabana e a Toneleros - avaliou Gilson Range, apontando para perfuração feita no telhado de alumínio antitérmico, a porta de acesso ao apartamento e a mesa de plástico onde a bala caiu.

O casal registrou o caso na polícia pela internet. E o divulgou na página CopacabanaAlerta no Facebook. Dezenas de pessoas fizeram comentários a respeito do episódio. A maioria fez referência à sorte que teve a família e à insegurança no Rio de Janeiro.

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