Altina Braga Conceição, de 65 anos, foi mantida refém por cerca de quatro horas dentro da própria casa na manhã desta sexta-feira, na Avenida Pasteur, no Jardim Primavera, Duque de Caxias. Com uma faca em punho, Marcelo de Oliveira Santana, de 39 anos, ameaçou matá-la diversas vezes. O homem era pedreiro e trabalhava na casa da família por cerca de sete meses.
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"Ele disse que ia me matar, que não tinha nada a perder", disse a mulher mantida refém por pedreiro em Caxias. Segundo Louise Braga, de 22 anos, neta que mora com Dona Altina, ela ouviu o barulho de alguém tentando entrar na casa ainda de madrugada. Ela disse que Marcelo pediu para ficar na residência, dizendo que estava sendo perseguido por 50 pessoas.
"A gente deixou ele entrar porque conhecia. Ele estava com uma barra de ferro, muito nervoso, parecia estar tendo um surto e eu fiquei tentando acalmá-lo. Minha avó repetia várias vezes que se ele quisesse a gente ia na delegacia denunciar quem o estava ameaçando. Mas ele dizia que não queria saber de delegacia. Pouco tempo depois entrou na cozinha e pegou a faca, segurou minha avó, e disse que tinha que fazer isso para a segurança dele", contou Louise.
Os policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) foram os primeiros a chegar no local, mas como havia refém o Batalhão de Operações Especiais (Bope) assumiu a negociação pela libertação da refém. A filha de Altina, Marluce Morera Braga ficou aflita durante a negociação.
"Minha mãe é cardíaca, meu medo era de que ela passasse mal. Ele é conhecido, trabalha pra gente, nunca aconteceu nada", disse Marluce Moreira Braga, filha de Altina. Ela mora em Marechal Hermes e seguiu para a casa da mãe assim que soube do caso.
Marcelo foi levado para o Hospital de Saracurna, logo depois do ocorrido, e chegou por volta de 9h15 na 60ª DP. A casa da família não foi a única que o pedreiro invadiu nesta madrugada. Por volta de 1h30, o empresário Franklin dos Reis, de 33 anos, conta que Marcelo entrou na casa dele na Rua Visconde de Itaúna.
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"Quando ouvi o barulho e fui pra fora, vi que ele estava no telhado. Ele dizia que estava sendo perseguido também. Arrancou umas 30 telhas e atirou em mim, na direção do meu carro, que ficou com o teto destruído. No fim das contas, ele pulou um muro enorme e fugiu antes que eu pudesse fazer qualquer coisa".