Um dos índios da etnia Guajajara está em estado grave após ser vítima de um atentado a tiros neste sábado (7), informou o governo do estado do Maranhão. O atentado, que ocorreu na BR-226, deixou mais um ferido, mas este deve receber alta ainda neste domingo. Outros dois índios morreram no ataque .
"O indígena Nico Alfredo Guarajara encontra-se recebendo toda assistência médica no Hospital Macrorregional de Presidente Dutra. Ele deu entrada na unidade na noite de sábado (7), onde foi submetido a uma laparotomia exploratória e às correções de lesões na bexiga e intestino. O paciente encontra-se estável, porém ainda em estado considerado grave. Ele será submetido a novo procedimento cirúrgico na terça (10)", diz a nota do governo.
O estado também informa que a outra liderança ferida foi encaminhada à UPA de Barra do Corda, e corresponde bem ao tratamento, com "previsão de alta hospitalar ainda hoje".
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O atentado ocorreu neste sábado, entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no município de Jenipapo dos Vieiras, localizado a 506 km de São Luís, capital do Maranhão.
No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que os secretários de Segurança Pública e de Direitos Humanos do estado "estão pessoalmente presentes nos locais dos assassinatos" para "colaborar com as autoridades do governo federal e dialogar com as lideranças indígenas".
Em nota, a Fundação Nacional Nacional do Índio (Funai) lamentou o ocorrido.
"Indígenas foram atingidos por tiros originados de um veículo Celta, de cor branca, e vidros espelhados. A equipe da FUNAI está na região, com os indígenas, providenciando o registro da ocorrência. A Secretaria de Estado de Segurança Pública foi acionada e já acompanha o caso, bem como a Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Foi cientificada a Polícia Federal que já investiga o caso", diz o comunicado.
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A Funai acrescenta que, como forma de protesto, os indígenas interditaram a rodovia BR-226 nos dois sentidos e a passagem de veículos encontra-se bloqueada naquela região.
Nas redes sociais, políticos se posicionaram sobre o atentado. Para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva o "banho de sangue" na Amazônia exige "uma resposta firme e urgente das autoridades brasileiras".
"O assassinato de 2 indígenas Guajajara não pode ficar impune. É preciso conter a barbárie e chegar aos responsáveis por esses atos criminosos. Minha solidariedade ao povo Guajajara", escreveu Marina.