Morreu na manhã desta sexta-feira (22) o rabino Henry Sobel, de 75 anos, por complicações associadas a um câncer. Ele estava em Miami, nos Estados Unidos, onde vivia. O sepultamento acontecerá cemitério Woodbridge Memorial Gardens, em Nova Jersey, no próximo domingo (24).
Henry Sobel era rabino emérito da Congregação Israelita Paulista. O religioso se destacou na luta contra a ditadura militar no Brasil. Ao lado de D. Paulo Evaristo Arns e do reverendo James Wright, Sobel celebrou na Catedral da Sé, em São Paulo, o ato ecumênico em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog , que foi torturado e morto pelo regime militar.
Os militares afirmaram que Herzog havia se suicidado na cadeia. A atuação de Sobel foi crucial para desmentir a narrativa oficial sobre o jornalista, que era de origem judaica. Em nota, a família do rabino afirmou que ele foi uma “voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil”.
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Henry Sobel nasceu em Lisboa, mas ainda pequeno mudou-se para Nova York, onde sua família se estabeleceu. Lá ele se formou rabino e, no mesmo ano de 1970, aceitou o convite para comandar a Congregação Israelita Paulista, mudando-se para São Paulo, onde viveu por mais de 30 anos.