Anistia Internacional exige proteção do Estado ao porteiro do caso Marielle

Organização diz que o porteiro corre riscos porque informações pessoais foram divulgadas e 'acusados estão envolvidos em organizações criminosas'

Porteiro é testemunha no caso que investiga a morte da ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Foto: Agência Brasil
Porteiro é testemunha no caso que investiga a morte da ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

A proteção da vida e da integridade física do porteiro que prestou depoimento no caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi solicitada pela Anistia Internacional ao Estado Brasileiro. A diretora executiva da Anistia, Jurema Werneck, solicitou que o Estado garantisse a proteção da testemunha, por meio da inclusão do porteiro no Programa de Proteção à Testemunha.

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O argumento utilizado por Werneck, em nome da organização, foi que o caso é "extremamente delicado" e informações pessoas do porteiro foram reveladas, o que poderia expor o porteiro à riscos, “levando em consideração que os acusados de executar Marielle Franco são também acusados de serem integrantes de grupos criminosos". Por isso, o direito à vida "precisa ser preservado", segundo informações divulgadas no portal da organização.

A Anistia também exigiu que o Estado resguarde quaisquer informações como provas e testemunhas do processo. "Garantir a proteção desta testemunha também é garantir justiça para Marielle ". A diretora executiva apontou ainda que a apuração dos fatos ligados à morte da vereadora e do motorista não vêm ocorrendo de forma "transparente, imparcial e independente".

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O porteiro teria liberado a entrada do ex-PM Élcio Queiroz no para visitar a residência número 58 do condomínio Vivendas da Barra, referente a moradia do presidente Jair Bolsonaro antes de se mudar para o Palácio do Planalto. A passagem de Élcio teria ocorrido na tarde do dia 14 de março de 2018 e o ex-PM teria se direcionado à casa de Ronnie Lessa, outro acusado do crime. 

"Uma investigação policial deve ter o cuidado de não expor detalhes que prejudiquem a descoberta dos fatos, mas esse sigilo não significa que as investigações são secretas. Exigimos saber quem mandou matar Marielle e por quê", disse Jurema.