A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta quarta-feira (23) que estuda uma forma para que o governo federal entregue um memorial às vítimas da ditadura militar que comandou o Brasil entre 1964 e 1985. A declaração foi feita durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados. Damares disse, no entanto, que não deverá dar continuidade ao memorial já em construção em Minas Gerais e que é alvo de investigações da Polícia Federal por desvio de verbas.
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"Vamos pensar junto com os anistiados uma outra forma de entregar o memorial para o Brasil. A lei não me obriga a ser um prédio tão grande e caro como aquele […] Não temos dinheiro para fazer uma grande obra. O dinheiro que tínhamos, usaram de forma indevida, mas o Brasil vai ter um memorial para os anistiados", prometeu Damares .
O Memorial da Anistia Política do Brasil começou a ser construído em 2009 em Belo Horizonte. O custo inicial da obra era de R$ 5 milhões. Depois de uma série de aditivos, a obra passou a custar R$ 28 milhões e ainda não foi finalizada. As obras começaram a ser investigadas pela Polícia Federal que, em setembro de 2019, indiciou 11 pessoas por desvios de verbas públicas, estelionato prevaricação e concussão.
Em julho, Damares determinou a suspensão das obras do memorial alegando que sua pasta não teria recursos suficientes para finalizar as obras. Nesta quarta-feira, ela voltou a dizer que não teria dinheiro para concluir o prédio em Belo Horizonte, mas disse que a pasta estuda uma alternativa para entregar um memorial aos anistiados e aos seus familiares.
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De acordo com os relatórios da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a ditadura militar foi responsável pela morte ou desaparecimento de 434 pessoas.