André de Oliveira Macedo, o “André do Rap”
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André de Oliveira Macedo, o “André do Rap”


Uma operação entre policiais civis da Delegacia Antissequestro (DAS) de São Paulo, policiais militares do serviço reservado (P2) do 33º BPM (Angra dos Reis) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar prendeu na manhã deste domingo André de Oliveira Macedo, conhecido como “André do Rap”. Ele é acusado de comandar o esquema de envio de drogas da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) à Europa, principalmente à Itália, através de navios que saem do Porto de Santos, no litoral sul paulista.

O traficante estava foragido desde 2014 e é apontado como integrante da cúpula do PCC, principal organização criminosa de São Paulo. André do Rap foi preso em companhia de outras oito pessoas numa mansão do Condomínio Caerinha, em Bracuhy, Angra dos Reis.

Há meses os policiais paulistas investigavam as atividades do braço do PCC sob a liderança de “André do Rap”, apontado como segundo homem na hierarquia da organização criminosa paulista, que controla presídios em vários estados e atua no tráfico internacional de armas e drogas.
A polícia investiga uma possível ligação do membro do PCC com a máfia italiana.

Ao receber da DAS paulista o pedido de apoio, o Comandante do 33º BPM, Tenente-Coronel Marcelo Martins da Silva, acionou o serviço reservado da unidade, que passou a monitorar desde a manhã de sábado o grupo que ocupava uma mansão num dos condomínios mais luxuosos da Costa Verde do estado. Os policiais da P2 acompanharam à distância os passos dos criminosos, inclusive filmando passeios do grupo na praia particular do condomínio e num shopping do balneário.

De posse de todas as informações, foi possível desencadear a operação de cumprimento de prisão e busca e apreensão em segurança, sem necessidade de troca de tiros, tentativas de fuga ou qualquer outro imprevisto. “André do Rap” e seus cúmplices foram presos em flagrante no interior da residência.

Além de “André do Rap”, foram presos outros três homens apontados pela DAS como integrantes da organização criminosa paulista: Luciano Hermegildo Pereira, Leandro Micheletti e Jerferson Moreira da Silva. Estavam também na casa cinco mulheres. Todos foram conduzidos para 166ª DP (Angra dos Reis) para depois serem transferidos para Polícia Civil de São Paulo. Com o grupo, foram apreendidos um helicóptero e uma lancha de luxo.


Ligação com máfia italiana

"Dois chefes da 'Ndrangheta, que é a máfia da Calábria (no sul da Itália), foram presos há 40 dias na Baixada Santista pela Polícia Federal. A gente acha que pode ter elo com ele (André do Rap)", afirmou o delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), responsável pelas prisões.

De acordo com o delegado, André do Rap é um dos principais líderes do PCC no tráfico internacional de drogas. "Não tem só uma quadrilha. Dentro do PCC tem vários que mandam droga para fora", disse Pinheiro. "Ele a gente acredita que seja responsável por um desses grupos."

O delegado lembrou que um dos grupos foi responsável pelo assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que era considerado o principal chefe do PCC fora da cadeia. Gegê e o seu comparsa, Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos em uma emboscada em um território indígena em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, em fevereiro do ano passado.

A polícia investiga se outros ramificações do PCC controlam o tráfico internacional no Porto de Santos.

Pinheiro explicou que a Polícia Civil descobriu o paradeiro de André do Rap ao investigar o dono de uma lancha avaliada em R$ 6 milhões. Segundo o delegado, a embarcação estava em nome de uma empresa cuja sede é um casarão abandonado no centro de Santos.

"Ela está em nome de um empresário, que tem um moto CG", afirmou o delegado. "Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? A gente acredita que ele (André do Rap) usava esses laranjas para lavar o dinheiro."

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros dez suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele era apontado como líder do PCC na Baixada Santista, com ligação com traficantes da zona noroeste de Santos e do Morro Nova Cintra.

As investigações, à época, apontavam que traficantes tinham linha de fornecimento de cocaína entre a Bolívia e São Paulo, e haviam feito uma aliança com o PCC da Baixada Santista para conseguir uma rota para exportar a droga.

A facção, que atua nos presídios paulistas, havia cooptado pessoas que trabalhavam em postos aduaneiros na zona portuária para trabalhar para o esquema, segundo a polícia.

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