A Polícia Federal ( PF ) entregou nesta segunda-feira (5) ao gabinete do ministro Alexandre de Moares , do Supremo Tribunal Federal (STF), uma cópia do inquérito que investiga a invasão de aplicativo de celular de autoridades. Na sexta-feira da semana passada, ele determinou que fosse enviada uma cópia de todo o processo da Operação Spoofing, o que inclui as mensagens apreendidas pela PF.
“Diante das notícias veiculadas apontando indícios de investigação ilícita contra ministros desta Corte, expeça-se ofício ao Juízo da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, solicitando cópia integral do inquérito e de todo material apreendido durante a “Operação Spoofing”, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas”, diz trecho da decisão de Moraes. A operação foi instaurada para encontrar e investigar hacker .
Ainda na sexta, a decisão chegou até o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara. Ele determinou então que a PF, com quem estão todos os documentos do processo, cumprisse o estipulado por Moraes .
A decisão de Moraes foi tomada em inquérito aberto no STF para apurar ataques e ameaças à Corte e seus integrantes. Esse é o mesmo inquérito em que o ministro censurou o site "O Antagonista" e a revista digital "Crusoé" por matérias em que havia citações ao presidente do tribunal, Dias Toffoli, sob o argumento de que o texto publicado tinha informações falsas. Depois, após intensa reação à decisão, inclusive de outros ministros do STF, ele recuou.
A perícia feita pela PF nos aparelhos eletrônicos apreendidos com o hacker Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, detectou que o grupo criminoso fez ataques a 1.162 números telefônicos distintos, valor ainda maior do que o estimado inicialmente, que era de aproximadamente mil alvos.
Moraes foi o segundo ministro do STF a determinar ter acesso às investigações sobre o hacker . Em resposta a um pedido do PDT, o ministro Luiz Fux determinou "a preservação do material probatório já colhido no bojo da Operação Spoofing e eventuais procedimentos correlatos" . Mas ele deu um prazo maior para a PF: cinco dias.