Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) interromperam uma reunião na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) nessa terça-feira (23). O encontro era organizado por movimentos sociais e tinha como objetivo planejar um ato contra o presidente Jair Bolsonaro, que visitará o estado nesta quinta. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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Os agentes teriam entrado na sede do Sinteam em Manaus portando armas longas e questionado os presentes sobre o futuro protesto. De acordo com o relato dos participantes da reunião à Folha, os policiais disseram que estavam agindo a mando do Exército e deixaram o local em uma viatura meia hora depois.
A presidente do Sinteam , Ana Cristina Rodrigues, afirmou que foi uma das interrogadas e que os policiais perguntaram quem eram os líderes do ato e quais organizações estavam envolvidas. “Na história do movimento sindical do Amazonas, em que um presidente visita o estado, é a primeira vez que agentes federais vêm para interromper uma reunião e tomar informações a respeito do que está ocorrendo nela”, disse.
Outro participante da reunião, o historiador Yan Evanovick, afirmou ainda que os agentes entraram na sede do Sindicato sem mandato e que isso só foi visto nos momentos que antecederam a ditadura militar.
Em nota enviada à Folha, o Comando Militar da Amazônia afirmou que a informação é "infundada", que não sabia da realização da "suposta reunião" e negou que tivesse dado ordens para a polícia. “Cabe destacar que, o Exército atua com base nos princípios da legalidade, estabilidade e legitimidade”, diz o texto.
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De acordo com Ana Cristina, estavam presentes na reunião sindicalistas, representantes de organizações sem teto, estudantes e pequenos agricultores. O ato contra Bolsonaro ainda acontecerá nesta quinta-feira, em defesa da Amazônia e da Zona Franca de Manaus.