Após divulgação de vídeo em que aparecem seguindo e agredindo um jovem homossexual
em Goiás, dois estudantes de Educação Física foram presos no início da manhã desta quarta-feira (17/7), em Goiânia, e podem ser os primeiros enquadrados na criminalização à homofobia
.
Antônio de Oliveira Filho, de 24 anos, ia para o trabalho no comércio da família na manhã do último dia 6 quando foi abordado com comentário homofóbicos por Caio César Rodrigues Sampaio e Lucas Vilela Martins, os dois com 20 anos, e um terceiro que ainda não foi identificado. Os jovens foram presos em apartamentos de luxo da capital goiana.
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Câmeras de segurança flagraram o momento em que a vítima foi surpreendida com socos e chutes por Caio e Lucas, além de palavras de cunho homofóbico. Na delegacia, os jovens negaram. A reportagem ainda não conseguiu contato com seus advogados.
A prisão da dupla é a primeira que segue a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF), que classifica homofobia como crime.
Para o IG , o delegado do 4° Distrito Policial de Goiânia, Carlos Caetano Júnior, o caso é um marco histórico no Brasil. “O STF nos deu uma ferramenta para ajudar a prender este tipo de criminoso”, diz Caetano.
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Ele ressalta ainda a coragem de a juíza plantonista Zilmene Gomide da Silva Manzolli ter acatado o pedido de prisão temporária ainda na madrugada desta quarta-feira. “Por ser um tema polêmico, inédito, entendemos que a juíza foi muito coerente”, elogia o delegado.
Embora os jovens tivessem negado os ataques homofóbicos , o delegado não tem dúvida de que as agressões foram motivadas por homofobia. “Eles tentaram culpar a vítima, como fazem todos os autores deste tipo de crime. Os suspeitos disseram que o jovem foi racista contra eles", acrescentou.
Para a reportagem, a irmã da vítima, Kássia Poliana Rodrigues, de 33 anos, contou que o jovem não consegue falar do assunto por causa do trauma. “Meu irmão está muito abalado e não consegue falar do assunto”, contou.
Além de um soco, o jovem ouviu comentários homofóbicos . “Xingaram ele de viado e falaram que tinha que morrer . Eles ainda tacaram um copo de vidro, mas ainda bem que erraram”, relata.
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O jovem não consegue mais fazer o mesmo percurso por conta do trauma. “Imagina você escutar que viado tem que morrer, que não tem que existir. Disseram que iam ensinar meu irmão a virar homem”, Kássia acrescenta, indignada.