Em nova operação, Lava Jato no Rio prende operador do 'doleiro dos doleiros'
Desdobramento da 'Câmbio, Desligo' tem dois mandados de prisão e busca e apreensão em sala comercial de shopping em Copacabana
Agentes da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio saíram às ruas na manhã desta terça-feira e prenderam Mario Liebman , apontado como um operador ligado a Dario Messer , o "doleiro dos doleiros". Segundo o G1, Mario foi detido por volta de 6h30 em Ipanema, na Zona Sul da capital.
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Os agentes da Polícia Federal ainda procuram Rafael Liebman, filho de Mario, que foi casado com uma filha de Messer. Denise recentemente fez delação premiada, informou o colunista do Globo Lauro Jardim. A operação é um desdobramento da 'Câmbio, Desligo' da Lava Jato .
As investigações apontaram que uma sala comercial no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana, era usada para o recebimento de dinheiro em espécie no esquema. Os agentes da Polícia Federal cumprem mandado de busca e apreensão no estabelecimento.
Dario Messer tem ordem de prisão no Brasil e Paraguai, mas está foragido desde abril. Ele é o principal alvo da operação Câmbio, Desligo — que mandou prender mais de 40 doleiros. O presidente paraguaio, Horacio Cartes, é amigo de Messer e já o chamou de "irmão de alma". Ele é procurado pela Interpol desde a operação "Câmbio, Desligo", etapa da Lava-Jato que investigou uma rede de doleiros que lavavam dinheiro para o esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas , da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Esquema Dólar-Cabo
O esquema de lavagem de dinheiro de Messer atingiu a cifra de US$ 1,652 bilhão. No relatório do Ministério Público Federal ( MPF ), ele aparece como o sócio-capitalista do negócio e dono de 60% dos lucros. Seu codinome era Cagarras, por conta de sua cobertura na avenida Delfim Moreira, no Leblon, com vista para as ilhas homônimas.
Para driblar a fiscalização dos órgãos de controle financeiro, as organizações criminosas passaram a desenvolver sofisticados esquemas de movimentação de recursos, no Brasil e no exterior. O sistema de compensação permite aos grupos praticar crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira, por exemplo, por meio de uma rede de doleiros.
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Por meio dessas operações, detalhadas pelo Ministério Público Federal ( MPF ), a organização criminosa consegue "gerar" reais em espécie no Brasil sem sacar o valor de bancos e também consegue alimentar contas no exterior sem um contrato de câmbio registrado no Banco Central. O dinheiro vivo é um dos meios mais usados nas transações, por encobrir rastros e vinculações entre corruptor e corrupto.