Sindicatos resolveram se unir em vários estados para manifestações de Dia do Trabalho, que devem criticar mudanças na Medida Provisória 873
Divulgação/CUT
Sindicatos resolveram se unir em vários estados para manifestações de Dia do Trabalho, que devem criticar mudanças na Medida Provisória 873


A rejeição à proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e o  crescente desemprego vão unir nove entidades sindicais e duas frentes populares em um ato unificado em São Paulo no dia 1º de maio, em que se comemora o Dia do Trabalho.

Pela primeira vez, o Dia do Trabalho contará com uma manifestação unificada da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na cidade que é berço do sindicalismo.

Além dos temas políticos, as centrais também estão unidas por questões financeiras. O fim da contribuição sindical obrigatória e a Medida Provisória (MP) 873, editada em março e que dificulta a cobrança da contribuição dos trabalhadores sindicalizados, reduziram as fontes de recursos das centrais. A MP 873 proíbe o desconto em folha dos trabalhadores sindicalizados e obriga o pagamento via boleto.

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"Há uma conjuntura política que une as centrais, mas as questões financeiras também pesam. O governo dificultou a forma de arrecadação dos sindicatos ao proibir o desconto em folha e obrigar o pagamento via boleto. Esse ato conjunto também é um enfrentamento da política governamental que está enfraquecendo a atividade sindical ", explicou Otávio Pinto e Silva, professor de Direito do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP).

Além da CUT e da Força Sindical , a CTB, UGT, Intersindical, CSB, CGTB, Nova Central, CSP-Conlutas, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo também participarão do ato em São Paulo .

No ano passado, as duas principais centrais do país, CUT e Força, que sempre tiveram posições ideológicas distintas, se juntaram em Curitiba, também no Dia do Trabalho, para pedir a libertação do ex-presidente Lula, mas fizeram manifestações separadas em São Paulo.

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O presidente da Força, Miguel Torres, nega que o ato único seja motivado pela questão financeira. "Sempre tivemos o sonho de fazer um ato único, mas cada central tinha sua linha ideológica. Este ano, com o golpe que o movimento sindical sofreu com a MP 873 e as perdas que serão impostas aos trabalhadores com a reforma da Previdência, além do desemprego elevado, a decisão foi unificar", disse Torres, acrescentando que a orientação é para que ocorram atos unificados de Dia do Trabalho em todos os estados. Ele afirmou, ainda, que no Rio de Janeiro e em Minas Gerais isso já ficou acertado.

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