Duas das principais bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro , a flexibilização da posse de arma e a introdução do chamado excludente de ilicitudade para policias (o que aumentaria a proteção aos agentes de segurança que matarem pessoas em serviço), são rejeitadas pela maioria da população, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha .
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A flexibilização da posse de arma foi decidida por meio de decreto presidencial assinado no primeiro mês do governo Bolsonaro e retirou o que defensores da medida classificavam de subjetividade na burocracia para obter a licença para possuir uma arma. Segundo o Datafolha , 64% das pessoas ouvidas acham que a posse de arma deve ser proibida porque representa ameaça à vida de outras pessoas.
O excludente de ilicitude, por sua vez, faz parte do pacote antcirime proposto pelo Ministério da Justiça e que tramita no Congresso Nacional. Os dados do Datafolha indicam que, embora a maioria concorde que os policiais devem ter permissão para matar em legítima defesa, o que já é previsto no Código Penal , apenas 17% acredite que os policiais devem ter mais liberdade para atirar em suspeitos mesmo que isso possa atingir inocentes. Além disso, 79% acredita que policiais que matam suspeitos de crimes devem ser investigados.
No último domingo, o músico e segurança Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu e seu sogro ficou feirdo após dez militares do Exército dispararem contra o carro em que estavam, na Estrada do Camboatá, em Guadaulpe, Zona Norte do Rio de Janeiro. Foram feitos mais de 80 disparos.
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Também estavam no carro a mulher de Evaldo, seu filho, de sete anos, e uma afilhada do casal, de 13 anos. Eles iam a um chá de bebê.
De acordo com a pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta quinta-feira, a população brasielria está dividida em relação à confiança na Polícia: 47% diz ter mais confiança que medo, ao passo que 51% tem mais medo do que confiança. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.