Um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta segunda-feira (1º) vazou dados pessoais de milhares de pessoas. Segundo o conselho, nomes completos, números de contas bancárias, telefones, CPFs e senhas de usuários que utilizaram a plataforma foram divulgas na íntegra pelos responsáveis pelo ataque cibernético.
Após conseguir entrar no sistema, o hacker disponibilizou os dados na íntegra e deixou uma mensagem, escrita em indonésio, atacando a "falta de privacidade dos tempos atuais". O "trabalho" é assinado com o nome Pryzraky, um conhecido grupo de ativismo cibernético.
"Uma criança nascida hoje crescerá sem uma concepção de privacidade . Eles nunca saberão o que significa ter um certo momento para si pensamentos que não são registrados e não analisados. E isso é um problema porque a privacidade é importante; a privacidade é o que determina quem somos e quem queremos ser", diz a mensagem.
Em comunicado à impresa, o CNJ explica que foi "objeto de ataque de hackers". O conselho garante, no entento que "nenhum sistema de informações processuais, como o PJe (Processo Judicial Eletrônico), o BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões) e o SEEU (Sistema Eletrônico de Execução Unificado), foi afetado".
O advogado especialista em proteção geral de dados e privacidade, Robertson Emerenciano vê o vazamento do banco de dados do CNJ como algo gravíssimo.
"O fato de acontecer um ataque em uma base de dados de uma instituição pública mostra como está vulnerável a questão. O próprio órgão mostrou que não está suficientemente equipado para preservar a privacidade", opina o advogado.
Emerenciano atenta que caso um cidadão se sinta lesado pela divulgação de seus dados, o CNJ deve reparar os danos.
"A pessoa tem direito de saber com transparência se foi afetada. O CNJ sabe, ou ao menos deveria saber quais foram os dados vazados e de quem são esses dados", explica.
Leia, na íntegra, a nota divulgada pelo CNJ
Nota de Esclarecimento
Nesta segunda-feira (1/4), o portal do Conselho Nacional de Justiça na Internet foi objeto de ataque de hackers.
Nenhum sistema de informações processuais, como o PJe (Processo Judicial Eletrônico), o BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões) e o SEEU (Sistema Eletrônico de Execução Unificado), foi afetado.
O CNJ acionou as autoridades e tomou as medidas necessárias para apurar os fatos e manter a segurança do Portal.