O policial reformado Ronnie Lessa, denunciado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, que foi preso na última terça-feira (12), recebeu um depósito de R$ 100 mil em sua conta sete meses após o crime. O depósito do montante, em dinheiro vivo, consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ainda não se sabe, porém, se o dinheiro teria relação com o caso Marielle.
Diante de tal informação, o Ministério Público (MP) fez um pedido, nesta quinta-feira (14), de bloqueio de bens dos dois suspeitos de envolvimento no caso Marielle : Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, também preso na última terça. O MP citou esse relatório em seu pedido.
Segundo o Coaf, o depósito foi feito na boca do caixa, no dia 9 de outubro de 2018, quase sete meses completos depois da morte de Marielle . O MP afirmou, por sua vez, que pediu o bloqueio dos bens para garantir a indenização por danos morais e materiais às famílias da vereadora e do motorista.
Nesta sexta-feira (15), Lessa e Queiroz devem ser levados para depor sobre o caso, que completou um ano ontem. Nessa quinta-feira (14), os dois foram levados para audiência de custódia em Benfica por terem sido presos em flagrante, por posse ilegal de arma.
Ontem, a Justiça converteu em preventivas as prisões em flagrante dos dois suspeitos. Na audiência de custódia, a Justiça também determinou a prisão preventiva de Alexandre Mota, flagrado cometendo crime de porte e posse de arma de fogo de uso restrito.
Ao cumprir o mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre Mota, no mesmo dia em que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, os policiais localizaram caixas contendo munições, silenciadores e peças para 117 fuzis, apreensão que é considerada a maior da história do estado do Rio de Janeiro.
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Diante da descoberta, Alexandre foi preso em flagrante, e também passou a pesar sobre ele e Ronnie o flagrante de posse de arma de fogo de uso restrito. A juíza de custódia destacou que o material apreendido é de alto poder destrutivo e que havia fortes indícios de que ele seria ilegalmente comercializado para outras práticas ilícitas. A relação de Alexandre com o caso Marielle , porém, não é confirmada.