"Há 365 dias atrás nós dormimos abraçadas pela última vez. Desde então, não teve uma noite sequer que eu não tenha sentido sua falta". A declaração foi escrita pela companheira da vereadora Marielle Franco, e publicada durante a madrugada desta quinta-feira (14), pouco após a meia-noite, dia em que o assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes completa um ano.
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Mônica Benício postou uma foto e um texto no Instagram homenageando a mulher com quem dividia os seu dias. Ela dia ainda que, hoje, "as ruas estarão cheias", referindo-se às manifestações programadas em homenagem à vereadora. Completados 365 dias da morte de Marielle Franco , dois homens foram presos suspeitos de terem envolvimento no crime, mas uma pergunta segue sem resposta alguma: quem mandou matar Marielle?
"Não teve uma manhã que eu não tenha chorado sua ausência. Tá muito difícil sem você! Mas hoje as ruas estarão cheias gritando seu nome, clamando por justiça, elevando aos céus muito amor pra você. Não há nada no mundo que eu deseje mais do que você estar em paz", postou Mônica Benício
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Ela também falou sobre a vida do casal: "De todos os momentos do dia nosso consenso é que o melhor era deitar para 'descansar'. Ficar agarradas de papo, falar do dia, dos sonhos, fazer cosquinha pra ouvir a gargalhada antes de dormir. Sexo. Massagem nos pés. A única regra era que não se podia dormir sem dar 'beju' de boa noite, mesmo se estivéssemos brigadas", escreveu.
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Para hoje, estão programados atos no Rio de Janeiro e em todo o País. Às 8h, flores foram colocadas na Cinelândia, na frente do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara de Vereadores, onde a parlamentar trabalhava. Além disso, uma faixa amanheceu estendida na fachada do prédio.
Um manifestação silenciosa também está agendada para essa manhã nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Alerj. Na ocasião, vão ser espalhados mais de 300 girassóis nos degraus da escada de acesso ao prédio e uma faixa escrito "Quem matou Marielle?" será estendida.
Uma missa em memória de Marielle será celebrada na Igreja da Candelária, às 10h. A celebração será presidida pelo cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta e os pais da vereadora, Antônio Francisco e Marinete Francisco, devem participar.
Pela tarde, um ato na Cinelândia começará às 14h e outro terá início às 18h. Em São Paulo, o ato "Justiça para Marielle - vidas negras e periféricas importam” começa às 17h na Praça Oswaldo Cruz.
Também são programados atos em Belo Horizonte, Cuiabá, Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Salvador, Vitória e em São Luís.
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Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados dentro de um carro no centro do Rio, depois de saírem de um evento sobre mulheres negras na Lapa, no dia 14 de março de 2018. Para os investigadores, a vereadora era o alvo do ataque e Anderson foi morto para garantir a impunidade dos assassinos.