A Vale irá doar R$ 100 mil para as famílias de cada vítima do desastre provocado pelo rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). De acordo com o último boletim divulgado pelas autoridades mineiras nesta segunda-feira (28), já passa de 60 o número de mortos e ainda há mais de 292 pessoas desaparecidas desde sexta-feira (25), quando a barragem se rompeu.
A doação foi anunciada em entrevista coletiva concedida pelo diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale , Luciano Siani, na sede da empresa no Rio de Janeiro. O executivo ressaltou que o valor de R$ 100 mil não se refere ao pagamento de indenização, mas sim de recursos que serão disponibilizados "imediatamente".
"Isso não tem nada a ver com indenização, que, nós sabemos, tem valores muito mais altos. A doação começa imediatamente. O número de pessoas desaparecidas varia a cada momento. O que importa é que, quem estiver com familiares desaparecidos, receberá os recursos imediatamente", disse Siani. "Nós não vamos medir esforços e nem recursos", garantiu.
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O executivo minimizou as perdas econômicas para a Vale após a tragédia em Brumadinho . A empresa já teve R$ 11,8 bilhões bloqueados judicialmente e, nesta segunda-feira, viu suas ações caírem 24% e perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado . No início da noite, a nota de crédito da empresa também foi rebaixada pela agência americana Fitch.
"A Vale tem cerca de 200 mil acionistas, só em pessoas físicas. Ela tem grandes fundos de pensão como acionistas. Há pelo menos 500 mil famílias que têm o seu ganha-pão diretamente atrelado à companhia. Então, existe o dever de preservar a companhia de forma que ela continue a gerar riqueza. Mas essas informações são completamente secundárias neste momento. Precisamos encontrar soluções que atendam a todas as partes envolvidas", disse Siani.
Além da doação às famílias afetadas, o executivo da mineradora anunciou também mais três medidas com o foco na "mitigação do sofrimento", conforme Siani destacou. A empresa fará a instalação de uma cortina de contenção no Rio Paraopeba para tentar impedir que os rejeitos da barragem avancem e afetem o abastecimento de água em cidades vizinhas.
A Vale também se comprometeu a não cortar os repasses de recursos para o município de Brumadinho, embora as operações da mineradora estejam paralisadas. Por fim, a empresa também anunciou a contratação de equipe de psicólogos do hospital paulista Albert Einstein para atuar no atendimento às vítimas de Brumadinho.
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Veja imagens da tragédia provocada pelo rompimento de barragem da Vale: