Os manifestantes conhecidos como coletes amarelos voltaram às ruas de várias cidades da França neste sábado (5) na primeira grande mobilização do ano de 2019. Essa é a oitava semana consecutiva de protestos contra a política fiscal e social do atual presidente francês Emmanuel Macron.
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Os atos reuniram cerca de 50 mil pessoas em todo o país, segundo dados do Ministério do Interior francês, que minimizou a força da manifestação. "Podemos ver que não é um movimento representativo na França
", afirmou o ministro Christophe Castaner.
A participação foi maior do que os protestos da semana passada, mas ainda uma pequena fração dos números registrados nas primeiras semanas de manifestações. Neste sábado, houve atos em cidades como Paris, Bordeaux, Toulouse, Rouen e Marselha.
Algumas marchas, que começaram pacíficas, acabaram em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Foram atacadas lixeiras, carros e motocicletas em vias públicas.
Na capital francesa, houve relatos de manifestantes atirando objetos contra policiais que bloqueavam pontes sobre o rio Sena. Os agentes chegaram a disparar gás lacrimogêneo para impedir que participantes atravessassem o rio e chegassem ao prédio da Assembleia Nacional.
Um restaurante flutuante à beira do Sena foi incendiado, e um policial ficou ferido após ser atingido por uma bicicleta arremessada da rua acima da margem do rio.
Benjamin Griveaux, porta-voz do governo francês, foi retirado às pressas de seu gabinete, pela porta dos fundos, depois de um pequeno grupo de manifestantes ter invadido o complexo, supostamente com uma retroescavadora, e destruído veículos.
A prefeitura de Paris informou que 101 pessoas foram detidas na cidade e 103 foram interrogadas pela polícia.
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O presidente Macron condenou a violência nos protestos deste sábado. "Mais uma vez a violência extrema atacou a República – seus guardiões, seus representantes, seus símbolos", escreveu o presidente no Twitter.
"Aqueles que cometem esses atos esquecem o coração de nosso pacto cívico. Justiça será feita. Todos devem se unir para trazer o debate e o diálogo", disse.
Os atos ocorrem dias depois de as autoridades francesas terem prendido um dos líderes dos coletes amarelos, Éric Drouet, acusado de organizar uma manifestação não autorizada em Paris. Ele foi libertado na quinta-feira, um dia depois de sua prisão, mas será julgado pelo caso.
De acordo com a lei francesa, organizadores de protestos são obrigados a informar as autoridades locais com pelo menos três dias de antecedência. Os coletes amarelos, contudo, têm ignorado com frequência essa regra com seus protestos muitas vezes espontâneos. O ato deste sábado, por sua vez, havia sido previamente informado às autoridades.
O movimento teve início no dia 17 de novembro e conta com o apoio de dois em cada três franceses, além de uma reivindicação via abaixo-assinado "por uma redução nos preços do combustível" que superou um milhão de assinaturas.
Sem força, o governo não consegue dialogar com representantes do movimento que nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando político ou sindical.
Os anúncios feitos pelo presidente Emmanuel Macron - um dispositivo para limitar o impacto dos impostos sobre o combustível, assim como um "grande diálogo" - não convenceram, segundo a France Press.
Os protestos começaram no dia 24 de novembro , quando manifestantes arrancaram parte do asfalto que rodeia a Champs-Élysées, avenida mais famosa de Paris, capital da França . O objetivo é chamar a atenção de todo o mundo para o que, para os coletes amarelos, é o fracasso do governo de Macron.
*Com informações da Agência Brasil