Coletes amarelos dizem que movimento só vai acabar após a renúncia de Macron

Manifestações já duram mais de uma semana e deixam toda a França em estado de alerta; Emmanuel Macron cogita decretar estado de emergência

Coletes amarelos querem que Emmanuel Macron renuncie da presidência da França
Foto: European Union 2018 – European Parliament
Coletes amarelos querem que Emmanuel Macron renuncie da presidência da França


Um dos porta-vozes do movimento "gilets jaunes" (coletes amarelos, na tradução) que não quis se identificar disse nesta segunda-feira (3) que neste momento a única saída para acalmar as águas nas ruas de Paris é que o governo de Emmanuel Macron renuncie.

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De acordo com uma das promotoras da ala moderada dos "gilets jaunes" Jacline Mouraud, o que está acontecendo "é alucinante. O movimento pacífico dos coletes amarelos iniciado está escapando de toda a lógica e razão".

Os representantes do movimento, citados pela imprensa francesa, também afirmaram que não vão participar de uma reunião nesta terça-feira (4) no Palácio de Matignon, em Paris , por motivos de segurança.

Nesta segunda-feira (3), Macron decidiu adiar a visita oficial à Sérvia, agendada para os dias 5 e 6 de dezembro, em decorrência da situação em seu país e das tensões nos protestos, informou o governo.

Em entrevista coletiva, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, explicou que teve uma conversa telefônica com seu homólogo francês e ele pediu para a visita a Belgrado ser adiada por algumas semanas.

Entenda o movimento dos “coletes amarelos”

Foto: Reprodução/Twitter
Manifestantes conhecidos como 'coletes amarelos' fazem novo protesto na Champs Elysées


O movimento teve início no dia 17 de novembro e conta com o apoio de dois em cada três franceses, além de uma reivindicação via abaixo-assinado "por uma redução nos preços do combustível" que superou um milhão de assinaturas. 

Sem força, o governo não consegue dialogar com representantes do movimento que nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando político ou sindical. 

Os anúncios feitos pelo presidente  Emmanuel Macron  - um dispositivo para limitar o impacto dos impostos sobre o combustível, assim como um "grande diálogo" - não convenceram, segundo a France Press. 

 Os protestos começaram no dia 24 de novembro , quando manifestantes arrancaram parte do asfalto que rodeia a Champs-Élysées, avenida mais famosa de Paris. O objetivo é chamar a atenção de todo o mundo para o que, para os coletes amarelos, é o fracasso do governo de Macron.

No último sábado, o g overno francês admitiu que cogita decretar estado de emergência para controlar os ânimos da população e dos manifestantes do movimento dos coletes amarelos . O caso deve ser avaliado pelo parlamento francês antes de qualquer medida mais drástica. 

*com informações da Ansa