Um dos porta-vozes do movimento "gilets jaunes" (coletes amarelos, na tradução) que não quis se identificar disse nesta segunda-feira (3) que neste momento a única saída para acalmar as águas nas ruas de Paris é que o governo de Emmanuel Macron renuncie.
De acordo com uma das promotoras da ala moderada dos "gilets jaunes" Jacline Mouraud, o que está acontecendo "é alucinante. O movimento pacífico dos coletes amarelos iniciado está escapando de toda a lógica e razão".
Os representantes do movimento, citados pela imprensa francesa, também afirmaram que não vão participar de uma reunião nesta terça-feira (4) no Palácio de Matignon, em Paris , por motivos de segurança.
Nesta segunda-feira (3), Macron decidiu adiar a visita oficial à Sérvia, agendada para os dias 5 e 6 de dezembro, em decorrência da situação em seu país e das tensões nos protestos, informou o governo.
Em entrevista coletiva, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, explicou que teve uma conversa telefônica com seu homólogo francês e ele pediu para a visita a Belgrado ser adiada por algumas semanas.
Entenda o movimento dos “coletes amarelos”
O movimento teve início no dia 17 de novembro e conta com o apoio de dois em cada três franceses, além de uma reivindicação via abaixo-assinado "por uma redução nos preços do combustível" que superou um milhão de assinaturas.
Sem força, o governo não consegue dialogar com representantes do movimento que nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando político ou sindical.
Os anúncios feitos pelo presidente Emmanuel Macron - um dispositivo para limitar o impacto dos impostos sobre o combustível, assim como um "grande diálogo" - não convenceram, segundo a France Press.
Os protestos começaram no dia 24 de novembro , quando manifestantes arrancaram parte do asfalto que rodeia a Champs-Élysées, avenida mais famosa de Paris. O objetivo é chamar a atenção de todo o mundo para o que, para os coletes amarelos, é o fracasso do governo de Macron.
No último sábado, o g overno francês admitiu que cogita decretar estado de emergência para controlar os ânimos da população e dos manifestantes do movimento dos coletes amarelos . O caso deve ser avaliado pelo parlamento francês antes de qualquer medida mais drástica.
*com informações da Ansa