Frente à repercussão das denúncias contra o médium João de Deus – acusado de abusar sexualmente de uma série de mulheres, enquanto fazia atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio Loyola, em Abadiânia, Goiás –, o senador Renan Calheiros decidiu se posicionar sobre o assunto nas redes sociais.
De acordo com Renan, João de Deus é “um patrimônio nosso, da espiritualidade, da cura e da crença” e, por isso, não deve ser "prejulgado". A declaração do senador, em defesa do médium, se posiciona contra todos os depoimentos já divulgados pela imprensa, de mulheres que se dizem vítimas de João e que detalham os abusos sexuais e os estupro praticados pelo líder espiritual.
“Deve sim ser investigado. Se for o caso, condenado. Jamais prejulgado, sangrando em vida, porque ele é um patrimônio nosso, da espiritualidade, da cura e da crença", escreveu o senador. "Falo com a responsabilidade de quem fez a Lei Maria da Penha, cominou o Feminicídio na legislação, o Observatório do SF,avanços contra a violência,contra a pedofilia e todos de gênero", continuou Renan Calheiros .
Continuo em São Paulo, tudo andando bem. Só terça-feira chegarei ao Senado. Antes,uma breve reflexão: O João de Deus deve sim ser investigado. Se for o caso, condenado. Jamais prejulgado, sangrando em vida, porque ele é um patrimônio nosso,da espiritualidade, da cura e da crença.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) 9 de dezembro de 2018
Em seguida, o senador afirmou que o médium não é o maior problema do Brasil e que deve continuar fazendo suas curas e seus trabalhos espirituais em Adadiânia. Renan chegou, inclusive, a compará-lo com o médico Roger Adbelmassih, para dizer que João não é um "qualquer".
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“O médium não é o maior problema do Brasil, não é um Roger Abdelmassih, um lasier qualquer, e deve, até pelo menos o trânsito em julgado, continuar curando a sociedade, que parece mais doente e odienta”, afirmou.
Denúncias contra João de Deus
Pelo menos 15 mulheres já denunciaram terem sido sexualmente abusadas pelo médium João Teixeira de Faria. Em entrevistas ao jornal O Globo e ao jornalista Pedro Bial – exibidas na madrugada do último sábado (8) na TV Globo – as vítimas relataram que os abusos sexuais teriam sido cometidos quando elas procuraram, sozinhas, a cura espiritual.
Ao jornal O Globo , a assessoria disse que as acusações são "falsas e fantasiosas" e questiona o motivo pelo qual as vítimas não procuraram as autoridades. Ainda afirma que a situação é "lamentável, uma vez que o médium João de Deus é uma pessoa de índole ilibada". As vítimas, por sua vez, declaram que não falaram nada antes por medo de retaliações.