Guru indiano é condenado à prisão perpétua por estuprar seguidora de 16 anos
Asaram Bapu, de 77 anos, afirma ser um “semideus” e ter estuprado jovem como “uma maneira de libertá-la de espíritos malignos que estavam em seu corpo”; detido desde 2013, ele foi condenado à prisão perpétua nesta quarta
Por iG São Paulo |
O guru indiano Asaram Bapu, foi considerado culpado pelo estupro de uma adolescente de 16 anos, ocorrido em 2013 durante um de seus retiros espirituais. De acordo com informações do The Guardian , o líder religioso de 77 anos que afirma ser um “semideus” justifcou a ação como “uma maneira de libertar a garota de espíritos malignos que estavam em seu corpo”. Detido desde 2013, ele foi condenado à prisão perpetua nesta quarta-feira (25), e encontra-se em uma penitenciária em Jodhpur, no estado de Rajasthan, Índia.
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Apelidado de “Babuji”, o guru se defendeu expondo que ex-primeiros-ministros e presidentes indianos estão entre seus adeptos, além de acreditar que sua condenação está ligada a uma conspiração política. Devido a forte influência de Bapu na região, autoridades locais mobilizaram equipes para conter os seguidores do líder religioso, que pediam por sua liberdade.
Outros casos de abuso envolvendo o guru
Muito conhecido por pregar a renuncia dos desejos sexuais, Asaram Bapu esteve envolvido em outros casos de abusos sexuais. Em 2014, ele foi acusado de estupro e envolvimento no assassinato de dois estudantes. Dois homens que seguiam seus discursos e se voltaram contra ele se tornaram testemunhas do caso, e foram encontrados mortos em 2015.
Entretanto, mesmo com as acusações e polêmicas, seus sermões continuam mobilizando multidões, mantendo sua relevância no Oeste da Índia, e o funcionamento de sua organização, avaliada em milhões de dólares.
No caso ocorrido em 2014, Bapu realizou uma coletiva de imprensa, onde afirmou que a vítima de estupro coletivo, uma jovem de 23 anos, que acabou não resistindo aos ferimentos, vindo a falecer em um hospital, "teve tanta culpa quanto seus agressores, por não ter sido gentil”. O comentário do guru gerou revolta entre políticos e internautas.
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"Apenas cinco ou seis pessoas não são réus. A vítima é tão culpada quanto os seus estupradores. Ela deveria ter chamado os agressores de irmãos e ter implorado para que eles parassem. Isso poderia ter salvado a sua dignidade e a sua vida", disse Asaram, segundo a imprensa indiana.
Medidas tomadas pelo governo indiano
Como Bapu, outros gurus famosos na Índia estão envolvidos em polêmicas que mesclam poder, religião e ganhos financeiros. O último caso por estupro envolveu o guru Gurmeet Ram Rahim Singh, condenado a 20 anos de prisão em agosto do ano passado, o que desencadeou conflitos entre grupos religiosos e policiais, com a morte de 38 pessoas.
Respondendo à indignação generalizada sobre os recentes estupros e assassinatos de meninas e outros ataques contra crianças, o governo indiano aprovou na semana passada a pena de morte para pessoas condenadas por estuprar crianças menores de 12 anos.
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O juiz, Madhusudhan Sharma, anunciou o mandato para Bapu e sentenciou dois de seus associados a 20 anos de prisão cada um por ajudá-lo no crime. Sharma condenou Bapu por acusações de conspiração criminosa, confinamento injustificado e estupro. Diante do júri, o guru negou as acusações, e segundo um de seus advogados, apelará contra o veredito no tribunal superior.