O governo de Roraima protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de suspensão temporária da imigração de venezuelanos ao estado. O requerimento acontece depois de imigrantes serem atacados e expulsos por brasileiros no município de Pacaraima, na fronteira entre os dos países, no fim de semana.
Além do pedido de suspensão temporária da imigração ao estado, o governo de Roraima pediu para que a União 'distribua' venezuelanos que já estão no estado para outros locais do País e que seja construído um hospital para o atendimento exclusivo dos imigrantes.
A fim de tentar encontrar soluções para o problema com os imigrantes venezuelanos no estado, o presidente Michel Temer volta a se reunir hoje (20) com sete ministros no Palácio do Planalto.
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A reunião de hoje, marcada para 15h, procede outro encontro entre as autoridades realizado ontem, no qual foi decidido o envio de agentes da Força Nacional para ajudar na segurança do estado.
São esperados para o encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Joaquim Silva e Luna (Defesa), Moreira Franco (Minas e Energia), Edson Duarte (Meio Ambiente), Gustavo Rocha (Direitos Humanos), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), e Grace Maria Fernandes Mendonça (Advocacia-Geral da União).
Também são aguardados o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (MDB-RR), os secretários executivos do Ministério da Justiça, Gilson Libório de Oliveira Mendes, e da Segurança Pública, Luís Carlos Cazetta; além do diretor de Saneamento da Caixa, Antônio Gil da Silveira, e os presidentes do Ibama, Suely Araújo, da Funai, Wallace Moreira Bastos, e da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior.
O ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, tem viagem marcada para a Colômbia para discutir a segurança nas fronteiras entre os países.
Foram enviados 60 homens do Exército para o estado, sendo que deverão ser enviados outros 60, mas ainda sem previsão de data. Além do reforço na segurança, o governo federal também promete enviar, até o próximo domingo (26), 36 voluntários da área da saúde para atuar em parceria com hospitais universitários no atendimento aos imigrantes.
Crise entre imigrantes venezuelanos e brasileiros
No sábado (18), moradores do município de Pacaraima atacaram um acampamento de refugiados usando armas, paus e bombas caseiras. O ato foi uma reação ao assalto e agressões sofridos por um comerciante local, que supostamente teriam sido praticados por venezuelanos.
Mais de 1.200 refugiados que estavam na cidade cruzaram de volta a fronteira após o episódio, com medo de serem vítimas da violência dos moradores. O balanço foi divulgado pela Operação Acolhida, força-tarefa que atua em Roraima no apoio aos imigrantes venezuelanos.
*Com informações da Globo News e Agência Brasil