O médico Denis César Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum , trabalhou no Palácio do Planalto por 16 dias em 2008. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República, a passagem de Dr. Bumbum no Planalto se deu durante a época em que Furtado era oficial médico temporário do Exército, 2º tenente, e foi cedido pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) ao Planalto no período entre setembro e outubro daquele ano.
De acordo com a assessoria, durante os 16 dias de Dr. Bumbum no Planalto , ele prestou atendimento na Clínica Geral da Presidência. Além disso, o médico nunca fez parte do quadro de funcionários da Presidência da República, não participou de eventos oficiais, viagens presidenciais ou atendimento de autoridades.
Denis Furtado ficou conhecido por realizar uma cirurgia estética na paciente Lilian Calixto , que morreu em seguida. O procedimento estético havia sido realizado no apartamento do médico, na zona oeste do Rio. Ele teve a prisão temporária decretada no dia 17 de julho e foi preso dois dias depois, junto com sua mãe.
Segundo o médico, que ficou foragido por cinco dias, todos os exames compatíveis ao risco cirúrgico foram requisitados por ele. E que, portanto, “o procedimento foi correto, foi lícito”. “O que a paciente usou de medicamentos lá no [hospital] Barra D’Or eu não tenho ciência. Tenho certeza de que a minha atuação como médico foi correta”, defendeu-se.
A vítima era bancária de 46 anos, da cidade de Cuiabá, e viajou para o Rio de Janeiro para passar pelo procedimento chamado bioplastia, realizado no apartamento do médico – que não tinha autorização para atuar no estado do Rio. Ela passou mal e foi levada para o hospital no sábado (14), pelo médico, pela mãe dele, pela namorada, Renata Fernandes Cirne, e pela técnica de enfermagem Rosilane Pereira da Silva. Mas Lilian acabou falecendo no domingo (15).
De acordo com o médico detido , a paciente estava lúcida e andando – apesar de o hospital ter afirmado que a mulher chegou em estado grave. Além disso, Denis Furtado defendeu que “seu ambiente de trabalho”, a cobertura onde morava e o local onde foi realizada a cirurgia, “tinha condições adequadas para a cirurgia, chamada de bioplastia”. Por fim, declarou que a “justiça será feita”.
Dr. Bumbum e Maria de Fátima foram indiciados por homicídio qualificado e associação criminosa e tiveram as prisões provisórias decretadas. Se for condenado, o médico poderá pegar até 36 anos de prisão.
A Secretaria-Geral da Presidência da República ressaltou ainda que durante a passagem de Dr. Bumbum no Planalto , o medico não prestou atendimento ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.