Para a abertura do processo de impeachment de Crivella, são necessários 34 votos na Câmara dos Vereadores
Marcos Oliveira/Agência Senado - 26.5.2015
Para a abertura do processo de impeachment de Crivella, são necessários 34 votos na Câmara dos Vereadores

Interrompido o recesso de meio de ano dos vereadores do Rio de Janeiro, a Câmara começa, nesta quinta-feira (12), a analisar a admissibilidade de pedidos de abertura de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB) , que é acusado pelos crimes de responsabilidade e improbidade administrativa. O impeachment de Crivella começou a ser discutido após um flagrante ocorrido na semana passada. 

O prefeito do Rio é acusado de oferecer supostas vantagens aos fiéis da Igreja Universal, da qual é pastor licenciado, durante uma reunião no Palácio da Cidade. O episódio foi, inclusive, gravado, o que alimenta a hipótese de um impeachment de Crivella .

Porém, para que o processo tenha início, será necessário que 34 dos 51 vereadores da Casa aceitem analisar a pauta. Todos os parlamentares foram convocados pelo presidente da Câmara Municipal, Jorge Felippe (MDB), para uma sessão extraordinária, às 14h de hoje .

A suspensão do recesso parlamentar de julho ocorreu após a oposição conseguir a assinatura de 17 vereadores, mínimo necessário. A oposição conta ainda com a pressão popular nas galerias para influenciar o voto dos parlamentares indecisos.

Por sua vez, a bancada do governo afirma que tem votos suficientes para barrar a medida, classificada por muitos dos parlamentares apoiadores de Marcelo Crivella como “política e eleitoreira”.

Se instaurado, o processo de impeachment deve demorar cerca de 90 dias para ser concluído. O regimento atual não deixa claro por quanto tempo o prefeito teria de ser afastado durante a investigação. No caso do Rio de Janeiro, a situação é complexa porque o vice-prefeito, Fernando Mac Dowell, morreu em maio deste ano. 

O que motivou os pedidos de impeachment de Crivella

Crivella já governa o Rio de Janeiro há um ano e meio. No entanto, a sua conduta tem sido questionada. Isso porque, na semana passada, o prefeito do Rio teve gravações divulgadas que o mostravam, em reunião no Palácio da Cidade, oferecendo uma série de benefícios a religiosos . 

O prefeito ofereceu ajuda especial para realização de cirurgias de catarata e varizes, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para os fieis . Além disso, indicou a possibilidade de colaborar com os religiosos para a obtenção de isenção legal de pagamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para seus templos.

Leia também: Crivella favorece evangélicos no Rio de Janeiro

O líder da bancada governista, vereador Dr. Jairinho (MDB), sustenta, porém, que tudo aconteceu dentro da normalidade, e que não representa motivo sério para o  impeachment de Crivella . “Não tem motivação para impeachment. Isso é um processo eleitoreiro. Estão querendo fazer um palanque político", assegurou.

* Com informações da Agência Brasil.

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