Minas Gerais vive quatro dias de ataques a ônibus e prédios públicos em 29 municípios
Divulgação/Helder Almeida
Minas Gerais vive quatro dias de ataques a ônibus e prédios públicos em 29 municípios

Cidades de Minas Gerais foram palco de mais violência nesta quarta-feira (6), com novos ataques a ônibus e prédios públicos pelo quarto dia seguido. No período entre ontem e hoje, foram sete veículos queimados, sendo seis ônibus e um caminhão. Ao todo, são mais de 60 veículos do transporte público incendiados em 29 municípios desde o domingo (3). Ontem,  o governador Fernando Pimentel (PT) admitiu que as ocorrências foram comandadas por membros de facções criminosas.

Os ataques ocorridos entre a noite de ontem e a manhã de hoje não foram detalhados pela Polícia Militar por “motivos estratégicos e operacionais”, segundo informaram as autoridades, acompanhando um plano traçado pela Polícia Federal, que também está ajudando nas investigações sobre os ataques em Minas Gerais . Porém, sabe-se que dois dos ônibus queimados estavam na Região Metropolitana de Belo Horizonte, três no sul do estado e outros dois no Triângulo Mineiro. 

Entre os municípios atingidos estão Itajubá, Luz, Passos, Tupaciguara, Uberaba, Uberlândia, Varginha, Alterosa, Alfenas, Araxá, Machado, Três Pontas e Ipuiuna.

Governador de Minas Gerais confirma crime organizado

Fernando Pimentel confirmou aos jornalistas nessa terça-feira que os ataques a ônibus, agências bancárias e dos Correios que, desde a madrugada de domingo, tomaram lugar em diversas cidades do estado, foram ordenados por células do crime organizado que atuam em rede por todo o país.

Apesar de afirmar ter sido manobra do crime organizado, o governador não citou qual seria a facção  por trás dos ataques, e ainda disse que a motivação dos ataques seria o endurecimento das regras nos presídios de Minas.

Desse modo, a ordem para os ataques teria partido de dentro das prisões – possivelmente de grupos criminosos como o PCC e o Comando Vermelho, que costumam atuar a partir dos presídios, contando com braços armados nas ruas e nas periferias das grandes cidades.

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Até agora, mais de 40 pessoas foram detidas por suposto envolvimento nos ataques. O coronel da PM, Helbert Figueiró de Lourdes, disse ontem que a corporação já traçou um plano para conter os incêndios.

“Para a gente estancar esse processo em Minas é preciso construção de uma inteligência eficiente, a coleta de dados de todas as pessoas presas para que a gente consiga chegar aí às células dessas organizações criminosas”, detalhou.

Um dos expedientes da PM será espalhar policiais à paisana nos ônibus municipais para que eles possam identificar em flagrante os envolvidos no crime organizado. Outra possibilidade é a transferência de presos perigosos para outros estados.

“Há possibilidade da gente, junto com o governo federal, porque existem presos que não são especificamente de Minas Gerais , que podem ser transferidos para o sistema federal”, cogitou o coronel.

*Com informações da Agência Brasil

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