Ao menos 50 ônibus foram incendiados em 26 cidades mineiras desde domingo (3)
Reprodução/Helder Almeida
Ao menos 50 ônibus foram incendiados em 26 cidades mineiras desde domingo (3)

Fernando Pimentel (PT) , governador de Minas Gerais , confirmou aos jornalistas nesta terça-feira (5) que os ataques a ônibus, agências bancárias e dos Correios que, desde a madrugada de domingo (3), tomaram lugar em 26 cidades do estado, foram ordenados por células do crime organizado  que atuam em rede por todo o país.

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Apesar de afirmar ter sido manobra do crime organizado , o governador não citou qual seria a facção  por trás dos ataques, e ainda disse que a motivação dos ataques seria o endurecimento das regras nos presídios de Minas Gerais. 

A ordem para os ataques, assim, teria partido de dentro das prisões – grupos criminosos como o PCC e o Comando Vermelho, para citar dois dos mais conhecidos, costumam atuar desde os presídios, contando com braços armados nas ruas e nas periferias das grandes cidades.

Pimentel também apresentou um panorama da situação de ataques em Minas Gerais. Desde domingo (3), quando o estado ainda se recuperava dos impactos da greve dos caminhoneiros, ao menos 50 ônibus foram incendiados em 26 cidades mineiras, que também tiveram agências bancárias, agências dos Correios e delegacias como alvos de ataques.

“Nós estamos pagando o preço dos nossos presídios, do nosso sistema prisional, ser mais rigoroso do que a media brasileira, ou seja, por cumprir a lei”, disse o petista.

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A Polícia Militar de Minas Gerais informou que trinta e três pessoas foram detidas por suposto envolvimento nos ataques. Helbert Figueiró de Lourdes, coronel da PM no estado, afirma que a corporação já traçou um plano para conter os incêndios.

“Para a gente estancar esse processo em Minas Gerais é preciso a construção de uma inteligência eficiente, a coleta de dados de todas as pessoas presas para que a gente consiga chegar aí às células dessas organizações criminosas”, detalhou.

Um dos expedientes da PM será espalhar policiais à paisana nos ônibus municipais para que eles possam identificar em flagrante os envolvidos no crime organizado . Outra possibilidade é a transferência de presos perigosos para outros estados. “Há possibilidade da gente, junto com o governo federal, porque existem presos que não são especificamente de Minas Gerais, que podem ser transferidos para o sistema federal”, cogitou o coronel.

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