Greve de caminhoneiros causa desabastecimento em SP e RJ

Paralisações de caminhoneiros pelo Brasil já causam desabastecimento nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes, verduras e carnes, que são perecíveis e carecem de abastecimento diário

Caminhoneiros estão em greve no Brasil contra o aumento do preço do diesel
Foto: Agência Brasil
Caminhoneiros estão em greve no Brasil contra o aumento do preço do diesel

A greve dos caminhoneiros pelo Brasil já causam desabastecimento nos supermercados dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em especial nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário.

Leia também: Governo entra com liminar para proibir protestos de caminhoneiros em rodovias

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) e as Centrais de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro apontam que carnes e produtos industrializados, que levam proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas comprometidas.

A diretoria da Apas, inclusive, fez nesta quarta-feira (23) um apelo para que as negociações entre governo federal e caminhoneiros tenham resoluções imediatas para que a "população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica".

No Rio, em todas as 600 unidades da Ceasa mercadorias como laranja, batata, morango, uva, tomate, cenoura e alface estão em falta. Dos 700 caminhões que abastecem as lojas diariamente, apenas 245 cumpriram as entregas na terça-feira (22).

Os preços dos alimentos também têm sofrido drásticos reajustes. Uma caixa de banana que, no Rio, saia por R$ 85, tem sido negociada por até R$ 350 após a greve dos caminhoneiros. "De segunda para terça-feira os preços dobraram. De terça para hoje triplicaram. O saco da batata lisa custava R$70, ontem estava R$ 150 e hoje está R$ 300. Desde segunda não temos reposição deste produto", afirma Marcos Vinícius Figueiredo, gerente de uma loja na Ceasa, ao jornal carioca O Dia

Para Wagner Martins, gerente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio, a tendência é para o setor é de piora caso a greve não termine com um desfecho positivo. “O mercado está sem nada, não está tendo reposição de produtos e as poucas que têm, é porque tem estoque", disse.

Você viu?

Já a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) também demonstrou preocupação com os reflexos da paralisação dos caminhoneiros.

Leia também: Caminhoneiros mantêm greve pelo terceiro dia seguido e fecham rodovias federais

Em nota, a companhia afirma que estão em atraso as entregas de produtos de outros estados, como manga e mamão, provenientes da Bahia e do Espírito Santo, o melão do Rio Grande do Norte, a melancia de Goiás e a batata do Paraná.

Preocupação com o transporte urbano

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) encaminhou também um comunicado à Prefeitura de São Paulo manifestando preocupação com a possibilidade de o transporte por ônibus na cidade de São Paulo ser afetado, a partir de quinta-feira (24) pela greve dos caminhoneiros .

O sindicato patronal afirma que das 14 empresas concessionária, oito estão com reservas de diesel no limite. As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em estoque é suficiente para manter a operação até esta sexta-feira, dia 25.

* Com informações da Agência Brasil

Leia também: Temer pede trégua a caminhoneiros, mas reunião com categoria termina sem acordo