Caminhoneiros mantêm greve pelo terceiro dia seguido e fecham rodovias federais

Manifestações contra o aumento do combustível nas refinarias continuam a afetar diversos estados; veja aqui quais são os principais pontos de bloqueio

Em três dias de protestos, caminhoneiros bloquearam rodovias federais de 24 estados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em três dias de protestos, caminhoneiros bloquearam rodovias federais de 24 estados

Os protestos em algumas das principais rodovias federais do País ainda continuam nesta quarta-feira (23). Pelo terceiro dia consecutivo, caminhoneiros mantêm a greve contra a alta no preço do combustível .

As manifestações tiveram início no fim da noite de domingo (20), em todo o país, e atos já aconteceram em  24 estados. Os caminhoneiros pretendem, com esses protestos, refutar o valor do óleo diesel, que tem tido altas consecutivas nas refinarias.

Nesta quarta-feira, a Petrobrás informou novo reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias. O preço do litro da gasolina baixou 0,62%, passando de R$ 2,0433 para R$ 2,0306. Já o do diesel caiu 1,14%, de R$ 2,3351 para 2,3083.

No Rio de Janeiro , a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que há pelo menos oito pontos de protesto em quatro rodovias que cortam o estado. Segundo a PRF, os manifestantes estão apenas nos acostamentos das estradas e, portanto, não bloqueiam as pistas.

Na BR-101, há dois pontos de protesto: um em Campos, no km 75, e outro em Itaboraí, no km 296. Na BR-116, são três pontos: em Seropédica (km 204) e Barra Mansa (km 276), ambos na Via Dutra, e em Guapimirim (km 104), na Rio-Teresópolis.

Outros pontos de manifestação são: BR-393 (em Paraíba do Sul, no km 182, e, em Volta Redonda, no km 281) e BR-465 (em Nova Iguaçu, no km 17).

Já em São Paulo , os dois sentidos da rodovia Régis Bittencourt, em Embu das Artes, no km 279, perto do acesso ao Rodoanel, estão totalmente bloqueados, com pneus em chamas no caminho. O congestionamento se estendia por 6 quilômetros no sentido São Paulo, por volta das 8h30.

No km 385, em Miracatu, no sentido Curitiba, duas faixas estão interditadas, gerando 3 km de lentidão. O acesso para a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega também está fechado, com apenas o acostamento liberado na saída do posto Fazendeiro.

No início da manhã, a pista da Rodovia Presidente Dutra, em Bonsucesso, no km 210, no sentido São Paulo, foi bloqueada por cerca de 20 minutos, porém, ainda há congestionamento de 3 km.

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Consequências

Por conta das manifestações, a entrega de combustível nos postos e empresas de ônibus está sendo prejudicada. Dessa forma, no Rio de Janeiro, algumas companhias de viação anunciaram que devem reduzir a frota hoje..

O RioÔnibus, sindicato que representa as concessionárias de ônibus da capital carioca, informou que ainda não há um balanço sobre a circulação dos coletivos nesta quarta-feira, mas que as concessionárias que tinham estoque de combustível nas suas garagens colocaram as frotas nas ruas. Algumas que não tinham estoque estão recorrendo ao abastecimento em postos de gasolina comuns.

A prefeitura divulgou nota na terça-feira aconselhando a população a recorrer a transporte coletivo de massa, que não usam óleo diesel, como o metrô, os trens e o VLT (bonde que circula no centro da cidade). O MetrôRio, concessionária que administra o metrô, reforçou as equipes nas estações para receber um número maior de passageiros.

Os Correios também suspenderam temporariamente as postagens de encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Em nota divulgada à imprensa, a empresa declarou que que a paralisação  causa "forte impacto" e atrasos nas operações dos Correios de todo o país.

"Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços Sedex e PAC [entrega não expressa], bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve", destacou a empresa.

Repercussão 

De acordo com o anúncio da  Petrobras , após a reunião com o governo ,  ficou decidido que a política de reajuste dos preços não mudará.

Enquanto isso, o governo anunciou que eliminará a Cide (tributo) que incide sobre o diesel assim que o Congresso Nacional aprovar o projeto da reoneração da folha de pagamentos. Caso isso aconteça, o Legislativo deve fazer com que haja aumento nas receitas da União, que, em troca, cortará o tributo incidente sobre o diesel.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a alíquota atual da Cide sobre o diesel representa menos de R$ 0,05 por litro.