Um dos chefes da milícia que atua na região de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, foi preso na manhã deste domingo (20). Agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil prenderam Helio Albino Filho durante a Operação União Rio.
Conhecido como Lica, ele era suspeito de ter se aliado a uma facção criminosa para facilitar a ação de traficantes de drogas na comunidade conhecida como Bateau Mouche, localizada na Praça Seca, onde está sendo realizada uma grande operação das Forças de Intervenção desde a última quinta-feira (17) .
Foram apreendidos com o miliciano duas pistolas glocks, sendo uuma 45 e uma .40, com kit rajada, além de 300 munições, a quantia de R$ 23.900 em dinheiro e um Ford Ecosport 2018.
Lica, que tinha mandado de prisão expedido pela Justiça, foi preso na comunidade Camarista Méier, que faz parte do Complexo do Lins.
De acordo com a PF, Lica está diretamente envolvido nos constantes confrontos que vinham ocorrendo na região. Ele foi também autuado em flagrante pelo crime de uso de documento falso e porte de arma de uso restrito.
Segundo a informação fornecida pela Polícia Civil, Lica estava sendo cotado para assumir o cargo de chefe da região depois da morte do traficante Da Russa , que ocorreu no último sábado (19). Para a polícia, a perda dos dois líderes representa um grande prejuízo para a facção criminosa Comando Vermelho, que controla o tráfico de drogas na Praça Seca.
Chefe do tráfico morto
Sérgio Luiz da Silva Junior, o Da Russa, era tido como o chefe do tráfico de drogas do morro do Barão, em Jacarepaguá. O traficante era foragido há pelo menos dois anos e faleceu durante uma operação conjunta das Forças Armadas e as polícias Civil e Militar.
A ação foi deflagrada na noite de sexta-feira (18). Além dele, mais seis suspeitos morreram nos confrontos com policiais no Complexo do Lins, na zona norte da cidade.
Um dos traficantes mais procurados da cidade, Da Russa tinha mandado de prisão não só por tráfico de droga, mas também por um possível envolvimento há dois anos no estupro coletivo de uma adolescente. Ele estava na lista de procurados do Disque-Denúncia, que oferecia recompensa de R$ 30 mil a quem fornecesse informações que levassem à sua captura.
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De acordo com o Comando Militar do Leste, 22 suspeitos foram presos e três menores, apreendidos. Foram recolhidos cinco fuzis, 17 pistolas, duas granadas e radiotransmissores, além de drogas. Barricadas colocadas pelos traficantes para dificultar a chegada da polícia também foram derrubadas.
O cerco montado pelas Forças Armadas nas comunidades da Praça Seca levou os traficantes a fugir pela mata para as favelas e morros do Complexo do Lins, na zona norte, onde foram recebidos pelos policiais.
Em entrevista à imprensa, o porta-voz do Comando Integrado de Segurança, coronel Carlos Cinelli, disse que Da Russa morreu ao tentar fugir do cerco montado em decorrência da operação na Praça Seca.
“As nossas ações são integradas: ao mesmo tempo em que fazemos a operação aqui na Praça Seca, a Polícia Militar está cercando e bloqueando vias alternativas de fuga desses criminosos, principalmente nas matas aqui do entorno e que vão desembocar exatamente no Complexo do Lins, como aconteceu neste caso”.
Ação integrada
Participam da ação 2,8 mil militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 civis, com apoio de veículos blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Algumas vias na região foram interditadas desde às 17h de sexta-feira.
A operação foi deflagrada pelo Comando Conjunto, em apoio à Secretaria de Estado de Segurança, e envolve as comunidades do Bateau Mouche, Caixa D’Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (José Operário), Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca, na zona oeste.
No entanto, desde setembro do ano passado os militares estão nas ruas cariocas. Em fevereiro deste ano, o presidente Michel Temer (MDB) declarou intervenção federal no estado, na área de segurança pública.
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