De acordo com uma testemunha-chave ouvida pelos investigadores que apuram o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, dois policiais militares, um da ativa e outro da reserva, tiveram participação no crime. A informação é do jornal O Globo.
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O PM da ativa, disse a testemunha, é do 16º Batalhão da PM do Rio de Janeiro, em Olaria, próximo ao Complexo do Alemão. Já o PM da reserva era do batalhão da Maré. Os dois estariam no carro de onde saíram os disparam que vitimaram Marielle e Anderson.
A mesma testemunha já havia afirmado aos investigadores que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando de Curicica planejaram a morte de Marielle.
De acordo com O Globo , os dois PMs têm envolvimento com outros crimes anteriores ao assassinato da vereadora. O Ministério Público apontou que eles participaram de um assassinato semelhante ao de Marielle, crime também “encomendado” pelo miliciano Orlando de Curucica. Eles teriam matado um homem que iniciou uma construção em uma área sob influência de Orlando sem a sua aprovação prévia.
O PM da ativa, inclusive, já foi submetido à sindicância disciplinar na polícia, mas teve os processos contra si arquivados pelos corregedores.
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A testemunha, que chegou a trabalhar para Oliveira, diz ter presenciado reuniões do ex-PM com o vereador Siciliano . Ele deu detalhes sobre a insatisfação que a atuação parlamentar de Marielle causava ao vereador e à milícia, uma vez que ela apoiava projetos e ações sociais em regiões de interesse do grupo.
“Eu estava numa mesa a uma distância de pouco mais de um metro dos dois [Oliveira e Siciliano]. Eles estavam sentados numa mesa ao lado. O vereador falou alto: ‘tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando’. Depois, bateu forte com a mão na mesa e gritou: ‘ Marielle , piranha do [deputado estadual Marcelo] Freixo’. Depois, olhando para o ex-PM, disse: ‘precisamos resolver isso logo’”, contou a testemunha aos investigadores.
Ainda de acordo com a testemunha, que procurou a polícia pois temia ser morto em “queima de arquivo”, Orlando Oliveira era uma espécie de “capataz” de Siciliano . O vereador, em sua defesa, diz que sequer conhece o ex-PM e que a denúncia não passa de “factoide”.
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