Edifício vizinho ao que desabou em São Paulo teve danos e corre risco de colapso

Prédio de 12 andares foi parcialmente atingido pelas chamas do incêndio vizinho; Defesa Civil Municipal isolou o imóvel e está monitorando a situação

Assistentes da prefeitura cadastraram 169 famílias após incêndio e prédio desabar, mas só 56 estão com auxílio assegurado
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil - 2.5.18
Assistentes da prefeitura cadastraram 169 famílias após incêndio e prédio desabar, mas só 56 estão com auxílio assegurado

O prédio vizinho ao Edifício Wilton Paes, que desmoronou no Largo do Paiçandu, na região central de São Paulo, na madrugada de terça-feira (1º) , teve danos estruturais e pode estar condenado. Segundo as informações da Defesa Civil Municipal desta quinta-feira (3), o órgão e o Corpo de Bombeiros estão monitorando periodicamente o imóvel atingido pelo incêndio, que também foi evacuado, para avaliar o risco de queda.

O prédio de 12 andares foi parcialmente atingido pelas chamas do incêndio , principalmente nos quatro andares mais altos. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Edison Ramos, o calor fez com que as paredes e estruturas se dilatassem, o que gerou trincas e deformações aparentes no edifício.

"Estamos monitorado para avaliar qual a melhor intervenção no local. Ainda não podemos afirmar que esteja condenado ou se um escoramento andar por andar pode garantir a sustentação. No entanto, tudo indica que esteja condenado", disse Ramos ao jornal Folha de S. Paulo.

Auxilio-aluguel

A partir da próxima segunda-feira (8), a Prefeitura de São Paulo e o governo do estado vão começar a pagar, o auxílio-moradia para famílias vítimas do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida. O pagamento será liberado, inicialmente, para 56 famílias que estão aptas a receber o benefício e comprovadamente estavam na ocupação.

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A prefeitura utilizou o cadastro realizado em março passado pela Secretaria Municipal de Habitação com as famílias que se apresentaram como vítimas do desabamento do prédio, ocorrido no último dia 1. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) vai disponibilizar R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo, pago por um período de 12 meses.

Na tentativa de evitar novos desastres, a Secretaria Municipal de Habitação e Secretaria Municipal de Segurança Urbana formaram uma comissão com representantes do poder público e dos movimentos de moradia para vistoriar com a Defesa Civil os imóveis ocupados.

A prefeitura estima que existam 70 prédios ocupados de forma irregular na região central da cidade. A Secretaria de Habitação informou que pretende realizar um Censo de Cortiços, ainda este semestre, a para mapear ocupações e assentamentos precários na região central da cidade. Em janeiro de 2018 foi aberto um chamamento público e o processo está em fase final para definição da entidade a ser contratada.

Buscas

Os trabalhos de buscas nos escombros do edifício Wilton Paes entraram hoje no terceiro dia e ganharam o apoio de maquinário pesado, com tratores e retroescavadeiras. O Corpo de Bombeiros ainda procura por quatro pessoas que estariam no interior do prédio , mas as chances de encontrar sobreviventes no local estão cada vez mais baixas, conforme reconheceu o tenente do Corpo de Bombeiros Guilherme Derrit.

"A gente usa a palavra improvável, e não impossível. É improvável por causa do incêndio . Era um prédio muito elevado, com vários pavimentos", declarou o tenente dos bombeiros ao jornal O Estado de São Paulo.

* Com informações da Agência Brasil