O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Mágino Alves, declarou nesta quarta-feira (2) que a principal suspeita para explicar o incêndio no prédio do Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo , que acabou desabando, é de que um acidente doméstico teria ocorrido no local.
“A primeira linha de investigação é que foi provavelmente um acidente doméstico . É o que se fala até agora. Uma briga de casal também ocorreu. Mas parece que também ocorreu um acidente doméstico. Parece que uma explosão de botijão ou de uma panela de pressão. Isso vai ser apurado no seu devido tempo”, afirmou o secretário.
De acordo com análises dos peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo, dois botijões de gás foram encontrados em meio aos escombros do desabamento. Os peritos afirmam que os objetos serão apurados, junto de destroços encontrados, para investigar a provável causa do incêndio .
Outras hipóteses, como curto-circuito, foram levantadas e não serão descartadas por enquanto, “A única certeza até agora que temos é a de que houve um incêndio e só análises aprofundadas dirão o que causou”, disse o capitão Marcos Palumbo.
Briga de casal
Testemunhas que moravam no prédio ocupado contam que ouviram um casal de vizinhos brigando no quinto andar , dos 24 que o edifício tinha, e uma panela de pressão explodindo.
Uma testemunha havia afirmado na terça-feira (1º) ao jornal O Globo que o casal cozinhava usando álcool como combustível, enquanto discutia.
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Gabriel Archangelo, 21 anos, disse ter visto que, enquanto o casal brigava, o homem colocava mais líquido na fogueira que havia acendido. Segundo as informações passada por Gabriel ao jornal, foi aí que a mulher o empurrou.
De acordo com a testemunha, as roupas dos dois pegaram fogo. Eles arrancaram tudo do corpo e desceram nus com os filhos pela escadaria. O casal não foi identificado.
Investigação
O Ministério Público de São Paulo informou – por meio de uma nota enviada à imprensa na tarde de terça-feira (1º) – que vai reabrir as investigações a respeito da existência de riscos no prédio que desabou . O inquérito, que foi aberto em agosto de 2015, estava arquivado desde o dia 16 de março desse ano.
Em nota, a Promotoria de Habitação e Urbanismo afirmou que os órgãos públicos incumbidos de fiscalizar o prédio que desabou – a Defesa Civil de São Paulo e a Secretaria Especial de Licenciamentos – informaram que, na época, apesar do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) estar vencido, "não havia risco concreto que demandasse sua interdição".
Ainda segundo a nota, a Secretaria do Patrimônio Público da União (SPU) também informou ao Ministério Público que estava providenciando a retirada dos ocupantes do prédio numa ação de reintegração de posse, devido a uma parceria que levaria a Prefeitura de São Paulo a ocupar o imóvel.
No ano passado, segundo a SPU o prédio chegou a ser cedido para a Prefeitura para que fosse instalada nele a Secretaria de Educação e Cultura de São Paulo. A reintegração de posse, então, para retirada das famílias que ocupavam o imóvel era prevista desde 2014.