Policiais civis já prenderam 14 pessoas em uma operação realizada nesta quarta-feira (25) no Rio de Janeiro para desarticular a milícia Liga da Justiça, conhecido como o principal grupo paramilitar que atua na zona oeste do Rio.
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Nas ruas desde às 5h30 da manhã, os mais de 100 agentes da Polícia Civil deverão cumprir 18 mandados de prisão, sendo 11 deles contra suspeitos de integrar a milícia
Liga da Justiça.
Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, a missão é “dar um golpe no braço financeiro da milícia que opera na Zona Oeste da cidade”.
Ainda de acordo com a polícia, o grupo atua em vários campos como o transporte ilegal em vans, venda de gás e combustíveis, retirada irregular de barro, roubo de energia, tv a cabo e comércio de mercadorias falsificadas. Durante a ação, mais de 30 vans irregulares foram apreendidas na região.
Um dos principais alvos da ação deflagrada nesta quarta-feira é Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko ou Didi. Ele é apontado como o chefe da milícia e teria fugido durante a primeira ação realizada no início deste mês, qua aconteceu em um sítio em uma festa que teria sido realizada pelos paramilitares.
Seu irmão, Wallace da Silva Braga também é procurado. No entanto, ambos ainda não foram encontrados. Até as 10h de hoje, 14 pessoas haviam sido presas.
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Várias delegacias especializadas e distritais participam da operação. Além disso, órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização dessas atividades econômicas também auxiliam a Polícia Civil, como a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro).
A Liga da Justiça é uma das maiores quadrilhas que atuam no estado do Rio. A milícia, que controla várias favelas da zona oeste e da Baixada Fluminense, foi alvo de uma operação que resultou na prisão de 159 pessoas em uma festa na zona oeste na semana passada.
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Operação Medusa
No último dia 7, a Operação Medusa foi desencadeada na festa em um sítio em Santa Cruz, com o objetivo de capturar Ecko. Apesar de não obter sucesso, na ocasião, 159 pessoas foram presas, e quatro homens morreram em confronto.
Na ocasião, cerca de 30 fuzis e 20 pistolas foram apreendidos. Em protesto à ação da polícia, criminosos atearam fogo na estação do BRT Cesarão 3, em Santa Cruz.
Porém, de acordo com novo pedido do Ministério Público estadual, 138 detidos deverão ser soltos, sob a alegação de não haver ligação com o crime. A Justiça deve analisar o caso nesta quarta-feira.
Os grupos de milicianos atuam em territórios em que vivem 2 milhões de pessoas. Diariamente a população tem sido coagida a usar o transporte, o botijão de gás, pagar por segurança e pelo sinal de TV, além de consumir água e os alimentos da cesta básica dessas quadrilhas.
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