Testemunhas de morte de Marielle foram expulsas do local pela PM, diz jornal

O jornal carioca O Globo encontrou duas testemunhas do assassinato da vereadora Marielle e seu motorista; elas afirmam que a PM, ao chegar ao local, mandou que elas “procurassem o que fazer” e saíssem dali

Assassinada aos 38 anos de idade, vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) foi homenageada na Câmara dos Deputados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 15.3.18
Assassinada aos 38 anos de idade, vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) foi homenageada na Câmara dos Deputados

De acordo com uma reportagem publicada no jornal O Globo neste domingo (1), a Polícia Militar, quando chegou à cena do crime que vitimou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes , mandou que as pessoas que estavam no local saíssem dali e “procurassem o que fazer”.

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A reportagem do jornal conversou com duas pessoas que estavam lá no momento e presenciaram tanto o crime quanto a atuação posterior da polícia . As duas testemunhas foram entrevistadas separadamente, e as versões que elas contam coincidem em detalhes.

Elas informaram ao jornal a rota de fuga dos criminosos e afirmaram que apenas um carro participou da ação. Os assassinos, contaram, usaram um silenciador nas armas, e a ação foi rápida.

Minutos após o assassinato, a polícia chegou e logo foi informada de que uma das vítimas era uma vereadora – a assessora de Marielle, que sobreviveu, estava no local. Quando os policiais notaram a presença de possíveis testemunhas do crime, mandou que elas saíssem dali. A PM ainda não se manifestou sobre a reportagem.

Semanas sem respostas

Marielle deixava o evento “Jovens negras movendo as estruturas” na noite da sua morte, na Lapa, e se dirigia para sua casa na Tijuca quando dois homens em um carro emparelharam o veículo onde ela estava junto a Anderson Gomes, seu motorista, e sua assessora. Os bandidos dispararam treze tiros. Somente a assessora sobreviveu.

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O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, próximo à estação de metrô. Todos os indícios apontam para a possibilidade de um homicídio premeditado, uma execução. 

Os assassinatos aconteceram no dia 14 de março, e até agora as investigações não divulgaram informações sobre quem foram os mandantes ou quem atirou contra o carro da vereadora.

Na quarta-feira (28), contudo, delegados da Polícia Civil afirmaram que a apuração sobre o crime avançou, mas não revelou detalhes.

“Eles deram indicativo que houve avanço e reafirmaram a disposição em encontrar os assassinos e descobrir qual foi a motivação”, disse ao jornal O Globo o deputado federal Glauber Rocha (PSOL).

Ministros, candidatos à Presidência da República e até as Nações Unidas já cobraram uma resolução rápida do crime que vitimou  Marielle  e Anderson .

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