De acordo com os representantes da ONU, o assassinato de Marielle é 'profundamente alarmante'
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 15.3.18
De acordo com os representantes da ONU, o assassinato de Marielle é 'profundamente alarmante'

A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu uma investigação 'rápida e imparcial' sobre o assassinato de Marielle Franco (Psol) e do seu motorista, Anderson Gomes. A exigência foi feita nesta segunda-feira (26), por meio de um comunicado divulgado pela organização. 

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De acordo com os representantes da ONU, o assassinato de Marielle é "profundamente alarmante", pois tem como objetivo "intimidar todos aqueles que lutam por direitos humanos e pelo estado de direito no Brasil".

A vereadora foi morta no último dia 14 de março, com vários tiros na cabeça. Passados mais de 10 dias do crime, a polícia do Rio de Janeiro, onde tudo aconteceu, segue ouvindo algumas pessoas, mas ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, nem deu detalhes sobre avanços nas investigações.

Por sua vez, o governo brasileiro – que tem sido pressionado internacionalmente – já pediu para que seus embaixadores em outros países expliquem que as investigações da morte da vereadora estão sendo realizadas e que o Brasil condena o ataque contra Marielle.

Apelos de políticos e de celebridades

Ainda nesta segunda, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, pediu em seu Twitter a "verdade" sobre a morte de Marielle. Segundo ele, o caso mostra o "declínio da democracia brasileira" e a "opressão dos povos afrodescendentes". 

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"A morte de Marielle Franco mostra o declínio da democracia brasileira e a opressão dos povos afrodescendentes. O governo estava envolvido? A verdade é necessária", escreveu o prefeito.

De Blasio é do Partido Democrata, que representa a centro-esquerda nos Estados Unidos. Além dele, diversos políticos e até mesmo celebridades se manifestaram sobre a morte da vereadora.

A atriz Viola Davis foi uma das que fizeram um apelo por justiça pela execução de Marielle. "Te apoiarei e estarei com você, Brasil", escreveu.

Vereadora assassinada

Marielle deixava o evento “Jovens negras movendo as estruturas”, na noite do dia 14, na Lapa, e se dirigia para sua casa na Tijuca quando dois homens em um carro emparelharam o veículo onde ela estava junto ao seu motorista. Os bandidos dispararam mais de dez tiros.

A vereadora e Anderson Gomes morreram na hora. O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, próximo à estação de metrô. Todos os indícios apontam para a possibilidade de um homicídio premeditado, uma execução.

Ativista do movimento negro, feminista e defensora das pautas LGBT e que tocavam questões da favela, a vereadora fazia parte ainda da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.  Dias antes de ser assassinada, ela denunciou assassinatos que teriam sido praticados por policiais do 41º Batalhão da PM do Rio. 

O assassinato de Marielle eclodiu em diversos protestos e manifestações não só no Brasil, mas em todo o mundo.

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* Com informações da Agência Ansa.

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